Em Portugal, apenas em 1975, pela primeira vez, as mulheres portuguesas comemoraram o dia 8 de Março – Dia Internacional da Mulher – em liberdade. Longe ia o ano de 1910 em que Clara Zetkin fizera aprovar uma proposta de que se comemorasse a nível internacional um dia para lembrar a situação particular das mulheres na sociedade…
40 anos depois de Abril, a sociedade e as mulheres portuguesas fizeram um importante percurso de lutas e avanços que importa recordar, preservar e aprofundar. Mas os traços da desigualdade persistem nas mais diversas facetas da vida – no trabalho, nas relações familiares e afectivas, na sociedade, no quotidiano – de forma visível ou encapotada. A diferença salarial, a violência de género, o assédio, a discriminação persistente e outros fenómenos não podem continuar a ser naturalizados. Fenómenos preocupantes como a violência no namoro, a violência nas relações de intimidade com números assustadores de mulheres mortas ou tentativas de assassinato são exemplos de algo de perigoso que a sociedade não pode tolerar.
Posto isto, o Bloco de Esquerda denunciou neste 8 de Março a banalização dos assassinatos de mulheres pelos seus companheiros, ex-companheiros ou familiares, com três iniciativas no distrito:
O Bloco de Esquerda saúda as organizações que têm tido um importante papel na alteração das leis de defesa dos direitos das mulheres e que têm apoiado as mulheres vítimas de violência. Mas não basta. Os cidadãos e cidadãs têm que ter um papel activo, estando alerta e denunciando sempre que o respeito pela integridade física e psicológica de outros cidadãos e cidadãs for posto em causa.
Lembrar o 8 de Março e o seu significado, trazendo-o para a rua é uma necessidade dos nossos dias e tem uma enorme actualidade. Em Portugal e no Mundo. Contra a violência, a pobreza e todos os conservadorismos. Pela afirmação dos direitos das mulheres, pela liberdade e igualdade de direitos.