Agora, que toda a gente neste país já afastou qualquer sombra de dúvida sobre o vencedor das próximas eleições, está na hora de fazer contas à vida.
Até Santana Lopes já percebeu que, no próximo Domingo, o Partido Socialista vai ficar num destacado e confortável primeiro lugar, batendo aos pontos a votação do PSD. É o momento do adeus para os partidos da direita que, do alto da sua maioria absoluta no Parlamento, transbordaram arrogância e prepotência enquanto tornavam cada vez pior a vida dos portugueses, e das populações do distrito de Setúbal.
É finalmente a concretização dessa verdadeira exigência nacional que era e é a derrota dos partidos da direita – e pela qual tanto a CDU se bateu durante esta legislatura, enquanto outros assobiavam para o lado…
Agora que está afastado definitivamente o “fantasma” da direita, podemos todos pensar com mais calma na questão do que chamamos “a política de direita”. A política de direita não é menos boa ou menos má consoante for praticada pelo partido “A” ou pelo partido “B”. O desemprego é o desemprego, seja quem for que o cause. A pobreza é a pobreza. A fome é a fome. Uma privatização é uma privatização. Um despedimento é um despedimento.
E sabemos que é verdade que há intenções e medidas afirmadas explicitamente pelos candidatos do PS, que vão no sentido de avançar com “mais do mesmo” neste próximo mandato: o aumento da idade de reforma, a retirada de 75 mil postos de trabalho na Administração Pública, o desaparecimento do pluralismo nas vereações municipais, etc.
São medidas e intenções que causam preocupação, inquietação e incerteza a qualquer pessoa que, independentemente da sua “identificação partidária”, assuma na sua vida uma defesa de princípios de humanismo, justiça social, respeito por quem trabalha e por quem mais precisa. No fundo, são intenções do PS que fazem pensar duas vezes a quem se assume de esquerda neste mundo.
A força que faz a diferença
Por parte da CDU, demos provas no passado que não temos preconceitos em relação ao debate de propostas e projectos políticos. Apenas um exemplo: lembra-se do tempo em que a lei deste país tratava o toxicodependente como um criminoso, e punia-o com a prisão pelo facto de consumir drogas? Esse tempo já lá vai.
De facto, com a participação, a contribuição e o voto a favor dos eleitos da CDU, os partidos de esquerda no parlamento aprovaram uma nova lei que considera o toxicodependente como alguém que tem de ser tratado, e não preso (já agora, registe-se que tal sucedeu antes de existir o BE, ao contrário do que falsamente tem sido afirmado sobre a sua pretensa “paternidade” dessa medida).
Exemplos como este demonstram que, para a CDU, muito mais do que os nomes que constam das assinaturas de uma proposta, o que conta é o conteúdo e o valor dessa proposta. O que significa que o PS, e todos os homens e mulheres de esquerda, podem com toda a tranquilidade e certeza esperar dos eleitos da CDU a viabilização e o apoio a todas as medidas e projectos que o PS apresente… desde que mereçam esse apoio.
É tão simples como isto: tal como no passado, o nosso compromisso é de que apoiaremos medidas (venham elas de onde vierem) que permitam avanços positivos para a democracia, a participação, a justiça social, o emprego, o serviço nacional de saúde, a educação pública e de qualidade para todos, a segurança social universal e solidária. E daremos combate firme e determinado às propostas (venham elas de onde vierem) que signifiquem ataques e retrocessos nessas mesmíssimas questões.
Sempre foi essa a nossa postura na Assembleia da República – continuaremos a agir assim, com a força que o povo nos der. Com a força que você nos der.
Para todos aqueles e aquelas que se identificam com os valores de esquerda, fica este compromisso, e este desafio: no Domingo, adiantada que está a derrota dos partidos da direita, e a vitória do PS, é possível – e indispensável – dar mais força, mais votos e mais deputados à CDU. Porque é a CDU quem dá garantias de defender na Assembleia da República, com coerência, com seriedade, e sem sedes de protagonismo, uma vida melhor para as populações, para os jovens, para quem estuda e quem trabalha.
Lembre-se que mais vale decidir no Domingo do que arrepender-se na Segunda.
Agora, vamos a votos. Bom fim-de-semana.
*Deputado à Assembleia da República;
Candidato da CDU pelo Distrito de Setúbal.
Bruno Dias