No dia 19 de Maio, realizou-se, no Auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro, um Encontro Intermunicipal sobre a Linha do Sado e a sua importância estratégica no desenvolvimento da Península de Setúbal.
Do balanço do Encontro, além da divulgação do documento final, tenho a certeza que foi uma iniciativa positiva e para o seu êxito contribuiu em grande parte a persistência e a tenacidade do Presidente da Área Metropolitana de Lisboa e da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto.
Como trabalhador na Linha do Sado, tenho a noção e a consciência de que este Encontro só foi possível viabilizar porque a Câmara Municipal do Barreiro está a ser gerida pelos Autarcas da CDU.
Se nos recordarmos um pouco de um passado recente, quando à frente dos destinos da Câmara do Barreiro estava o Partido Socialista de Emídio Xavier, era liquido para o seu Presidente só existir comboios da Fertagus no Concelho do Barreiro, esquecendo-se que a menos de 500 metros da janela do seu gabinete circulava os comboios da CP/Lisboa.
A electrificação da Linha do Sado a breve prazo é uma realidade, mas existem pormenores a ter em conta em minha opinião, até para que nos términos dos trabalhos de modernização não venha a cheirar a “fiasco”.
Os trabalhos de sinalização e a 1ª. Fase da electrificação só previa que fosse entre Pinhal Novo e o Lavradio faltando a segunda fase do projecto que será até ao Barreiro.
Sugiro que a partir da Estação do Lavradio, a via seja deslocada de forma a passar pelos terrenos do Barreiro-Terra seguindo junto ao Quartel dos Bombeiros do Sul e Sueste para terminar junto ao Terminal Rodo-Ferroviário-Fluvial.
Com esta alteração reduzia-se o tempo em trajecto e o desgaste do Material Motor, e propiciávamos aos nossos utentes uma melhor interligação com os barcos da Soflusa.
Se presentemente transportamos diariamente 11 mil passageiros, num futuro próximo, com a electrificação, o reajustamento de horários com a Soflusa e um melhoramento do interface no Pinhal Novo, com os comboios Regionais, Inter-cidades e Alfa pendular e principalmente a redução do tempo em trajecto em cerca de 15 minutos entre Barreiro e Praias do Sado, poderemos proporcionar o aumento da procura do transporte ferroviário.
Em minha opinião, deve existir uma deslocação das Estações, no caso concreto do Barreiro-A, (acesso ao futuro Fórum do Barreiro), e a da Moita, (acesso ao futuro Parque Temático do Município da Moita) afim de facilitar a integração na malha urbana. A construção de parques de estacionamento para os nossos utentes e a mobilidade com os transportes rodoviários é uma das nossas propostas a ter em atenção.
Chamamos ainda a atenção, para o futuro Parque Temático que vai nascer no Município da Moita. Um investimento total de 75 milhões de euros e uma área a edificar de aproximadamente de 37000m2, onde se prevê atrair a este espaço de lazer três milhões de visitantes por ano e a criação de 1200 postos de trabalho.
Para complementar, é necessário continuar, e mesmo reforçar, o diálogo com as Autarquias Locais, Comissões de Utentes e Órgãos Representativos dos Trabalhadores, só todos, em uníssono, conseguiremos atingir os nossos objectivos: a electrificação da Linha do Sado.
A modernização da Linha do Sado é importante para o presente e para o futuro desenvolvimento económico e social da Península de Setúbal.
Depois não digam que não os alertaram!
*Trabalhador na Linha do Sado.