As organizações que representam os ferroviários apelam aos trabalhadores do sector para participarem nesta luta contra a redução de salários, contra o processo de privatização de algumas linhas da CP e contra os processos de despedimento.
Divulgamos o texto integral do Manifesto aprovado pelas organizações representaivas dos trabalhadores:
MANIFESTAÇÃO NACIONAL
12 JANEIRO DE 2011
MANIFESTO
1. As medidas contidas no Orçamento do Estado (corte nos salários, nos valores das deslocações, nas ajudas de custos e redução do pagamento do trabalho nocturno, assim como aumento de impostos) conduzirão à redução dramática dos rendimentos disponíveis dos trabalhadores, o que agravará a crise económica e social em que vivemos;
2. O bloqueamento da contratação colectiva degrada as relações de trabalho, aumenta os conflitos e não possibilita soluções negociadas que valorizem o trabalho e motivem quem labora, comprometendo assim o que seria uma mais-valia para o desenvolvimento da actividade ferroviária;
3. As recentes noticias e divulgação de documentos da CP, mostram que estamos perante uma ofensiva sem procedentes contra o serviço público ferroviário, contra os postos de trabalho, que mais não visa que a sua entrega ao sector privado sem quaisquer preocupação sociais, nomeadamente o aumento brutal do preço dos bilhetes, à semelhança do que já acontece na travessia da ponte 25 de Abril, concessionada à Fertágus, com bilhetes substancialmente mais caros. Esta medida conduzirá ao aumento do endividamento público na forma de maiores indemnizações compensatórias pagas a privadas e que hoje são negadas ao operador público. O caminho que se quer seguir tem o seu modelo no Reino Unido, que degradou o serviço ferroviário naquele país, originou acidentes graves e obrigou mais tarde à intervenção do governo britânico na infraestrutura ferroviária;
4. As medidas preconizadas de fecho de linhas, redução da oferta, extinção de serviços, fecho de oficinas, redução de centenas postos de trabalho, mais não são que uma sequência lógica de criar condições para a privatização do sector e não obter racionalidade na gestão pública, causa desde sempre defendida pelas organizações de trabalhadores.
5. Que o não cumprimento da regulamentação colectiva relativo às evoluções e promoções, visa antecipar, com sérios prejuízos para os trabalhadores, as medidas previstas no OE, o que é de todo inaceitável;
Assim as organizações de trabalhadores, abaixo designadas decidem apelar aos trabalhadores ferroviários para participarem, em força, na manifestação nacional de 12 de Janeiro de 2011, junto à residência oficial do primeiro-ministro, com pré-concentração na Praça do Rossio, em Lisboa, às 13h45m, tendo como objectivos centrais os seguintes temas:
Contra a diminuição dos salários, pela Negociação Colectiva;
Contra as privatizações, pela defesa do serviço público;
Contra o desinvestimento na ferrovia, por uma política ferroviária nacional
Contra os despedimentos, pelo trabalho com direitos;
Lisboa, 3 Janeiro 2011
As organizações
Comissão de Trabalhadores da CP – CT da CP
Comissão de Trabalhadores da REFER – CT da REFER
Comissão de Trabalhadores da EMEF – CT da EMEF
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Foto: Rostos