Há cerca de um mês decorreu, no Salão Nobre da Câmara Municipal da Moita, uma cerimónia de homenagem às Associações e Comissões de Moradores do concelho. Sobre o método, a meu ver incorrecto, de atribuição da Medalha de Honra do Município já tive a oportunidade de me pronunciar. Agora, é sobre uma outra incorrecção de que vos dou conta. Aquela que tem a ver com a incongruência das atitudes de quem está no poder municipal, com a abismal distância que vai entre o que se diz e o que se faz. Não basta realizar cerimónias para homenagear, é preciso provar o reconhecimento que se tem do papel dos outros através de acções concretas. Mesmo que essas acções se consubstanciem tão somente na “gentileza” de dar resposta. Infelizmente não é isso que se tem passado com um grupo de Comissões e Associações de Moradores da Freguesia da Moita.
Em Abril deste ano, as Associações de Moradores do Bairro Novo, Bela Vista e Carvalhinho e as Comissões de Moradores do Penteado Sul e do Bairro da Caixa, uniram-se e, a partir de uma Comissão Coordenadora, onde todas se fizeram representar, prepararam um “caderno reivindicativo” face às necessidades que detectaram nos locais onde residem. Escolheram um munícipe participativo e interessado que assumiu as funções de Conselheiro.
Estes homens viram-se perante a inércia, de anos e anos, da gestão camarária e actuaram com unidade. Como eles próprios afirmaram, ao não conseguirem atingir os objectivos esperados junto da Câmara, sentiram necessidade de “articular e conjugar esforços e iniciativas”.
Afinal o que “pede” esta boa gente? Saneamento, abastecimento de água, melhoria de acessibilidades, segurança para peões, qualificação de espaços públicos, … Pedem acção em áreas básicas.
Foi dizendo que precisavam de ajuda para dar resposta adequada às necessidades locais que falaram com os partidos representados na Assembleia Municipal e com os órgãos do Município. Passaram-se cerca de 5 meses, está a ser elaborado o plano de actividades para 2005 e é legitimo que questionemos a Câmara Municipal sobre a resposta que estas instituições vão receber. Mas não é só no plano das promessas. Porque esse tipo de resposta já eles conhecem. É preciso saber que soluções pretendem dar e que capacidade financeira existe para lhe fazer face.
Fica aqui a sugestão de uma metodologia geral de trabalho:
1. Avaliação das solicitações, ouvindo a Comissão Coordenadora;
2. Avaliação técnica e financeira das propostas;
3. Definição das prioridades;
4. Elaboração de plano plurianual;
Importa que nesta metodologia a Autarquia não se esqueça do ponto 5: Executar.
Já agora, também não ficava mal que dissessem qualquer coisinha. É natural que os intervenientes queiram saber “como param as modas”. E, mais que não seja, davam um cheirinho da tal “gestão participada” que, de vez em quando, resolvem dizer que praticam, mas que, francamente, ninguém dá por isso. A ver vamos. Mas por pouco tempo, porque já não há paciência que aguente tanto autismo.
* Não posso, nem quero, deixar passar esta oportunidade para manifestar a tristeza que o PS vive pelo falecimento do nosso querido camarada, amigo e companheiro Manuel Luís Beja, Presidente da Junta de Freguesia da Moita. O que nos resta fazer, e faremos, é honrar a sua memória, preservar a sua história de serviço público como um exemplo a seguir e continuar a sua luta por uma sociedade mais justa, mais fraterna e solidária. O Manuel Luís Beja será sempre uma referência da História local e nós orgulhamo-nos de o ter tido na nossa causa.
*Presidente da Comissão Política Concelhia do PS/ Moita
Membro da Comissão Política Nacional do PS
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