O povo português não vai querer ver repetidas a incompetência dos últimos 4 meses em 4 anos. Seria desastroso, inclusive do ponto de vista da credibilidade internacional.
Reconheçamos que passámos um período peculiar. Se não tivesse deixado tão grande mossa até que dava direito a umas valentes risotas.
Afinal, nunca tinha sido possível assistir a tanta incongruência. Os membros do Governo desmentiam-se “como quem bebe um copo de água” e mesmo alguns deles auto-desmentiam-se. Ainda recentemente Paulo Portas o fez a propósito do local onde vai ser construído o armamento que foi adjudicado.
Santana Lopes conseguiu pôr a instabilidade política a superar a económica e a financeira, quando estas já constituíam enormes motivos de preocupação.
O resultado do exercício governativo da maioria é manifestamente negativo. Desses tempos ficam marcas de deslealdade entre governantes, ausência de legitimidade e coordenação políticas, apresentação de propostas do orçamento de Estado em comícios partidários, incentivos ao desmoronamento do Sistema Nacional de Saúde, venda de património com graves incidências para as gerações futuras, incapacidade de condução de processos elementares para o funcionamento do sistema educativo, negligência nos problemas sociais, incapacidade de travar o aumento do desemprego, decréscimo do rendimento per capita da média europeia,…
Conseguiram um feito único: colocar toda a sociedade a convergir nas críticas.
Santana Lopes empenhou-se, vincadamente, em fazer asneiras. Ter de viver outra vez estas realidades é impensável. Nem em pesadelos.
Tivemos Governos que não foram sempre bem sucedidos, mas dose como esta não passaria pela cabeça mais precavida. É mediocridade a mais!
Não vislumbro outra intervenção profiláctica para o futuro próximo que não seja o voto maciço na solução alternativa.
Para garantia da estabilidade governativa é imprescindível que o PS veja correspondido o seu pedido de maioria absoluta.
Como diz o Eng. José Sócrates, não para desprezar a oposição, nem para deixar de ouvir os outros ou desvalorizar o Parlamento. Mas para garantia de estabilidade e governabilidade de Portugal.
As eleições só se ganham nas urnas e não estamos perante um cenário de “favas contadas”.
É certo o imenso descontentamento de todas as esferas da vida portuguesa. No entanto, importa prevenir as tentativas (tardias) de salvação de Santana Lopes. Vamos assistir a apostas santanistas do tudo ou nada. A actos de vitimização que mais não são do que expedientes de emergência estafados. Mas, o facto, é que vamos assistir.
Mas aquilo que o País necessita não é de mais fantochada.
O País necessita de rigor nas finanças públicas, de reformas estruturais e de garantia de que o crescimento tem de ser acompanhado de consciência social. Um governo minoritário corre o risco de limitar-se “a colocar pensos rápidos”, a “apagar fogos” e a desgastar-se com os malabarismos da dupla Santana/Portas, metralhadoras de birras e factos pitorescos.
Portugal tem de saber abdicar da abstenção eleitoral e servir a causa pública indo votar e dar a possibilidade de formação de um governo suficientemente forte que consiga, nos próximos 4 anos, inverter o rumo.
Caberá ao novo Governo responder com rigor, verdade, exigência e ambição.
PS: Desejo a este órgão de informação e aos seus leitores um Feliz Natal e um Novo Ano de Esperança
*Presidente da Comissão Política Concelhia da Moita do PS
Membro do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas
Membro da Comissão Política Nacional do PS
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