À exceção do Hospital do Montijo, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) do distrito de Setúbal registaram uma adesão dos enfermeiros à greve acima dos 75%, segundo dados revelados esta quarta-feira ao Distritonline pela coordenadora da direção regional de Setúbal do SEP, Zuraima Prado.
Zuraima Prado considerou que está a registar-se, no primeiro de dois dias de greve nacional contra a grave carência de profissionais nas unidades públicas de saúde e pela dignificação da profissão, uma “boa adesão” no distrito de Setúbal.
Durante a manhã, a coordenadora da direção regional de Setúbal do SEP apurou que no Hospital do Barreiro verificou-se uma adesão à greve de 84,3%, no Hospital do Litoral Alentejano de 82,3%, no Hospital do Montijo abaixo dos 50%, no Hospital do Otão de 76%, no Hospital Garcia de Orta de 89% e no Hospital São Bernardo uma adesão na ordem dos 82,5%.
Já durante a noite, verificou-se, segundo Zuraima Prado, uma adesão à greve acima dos 87%. Nos hospitais do Litoral Alentejano, do Montijo e do Otão registou-se, inclusivamente, uma adesão à greve de 100%. No Hospital do Barreiro verificou-se uma adesão de 97,5%, no Hospital Garcia de Orta de 87% e no Hospital de São Bernardo de 93%.
De acordo com um comunicado divulgado pela União dos Sindicatos de Setúbal (USS), a greve pretende “denunciar a falta de condições para a prestação de cuidados em segurança aos utentes do SNS, bem como a degradação das condições e até a omissão de cuidados, por meio do encerramento de unidades/serviços, valências e camas, que tem vindo a ser efetuada pelo ministro Paulo Macedo”.
“São diários os turnos superiores a 8 horas, a sonegação do necessário descanso e folgas, as jornadas de trabalho que chegam a atingir 20 horas consecutivas e mais de 15 dias sem descanso”, refere a USS, acrescentando que “à sobrecarga de trabalho e falta de enfermeiros, contata-se o desrespeito diário por direitos básicos como os da parentalidade ou o direito à conciliação da vida laboral-familiar”.