Conclusões
Exma. Sra. Representante do Ministério do Mar,
Exma. Sra. Presidente da Camara Municipal de Setúbal,
Exmo. Sr. Presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra,
Exmo. Sr. Presidente da Aicep global parques (que nos recebe nesta casa),
Exmo. Sr. Capitão do porto de Setubal,
Exmo. Sr. Presidente do Instituto Politécnico de Setúbal,
Exmas. Autoridades nacionais e locais,
Exmos. Colegas da CPS,
Exmos. Srs. Empresários
Minhas senhoras e meus senhores,

Cabe-me a honra e simultaneamente o prazer de apresentar as conclusões do VI Seminário Plataformas Logísticas Ibéricas que nos permitiu refletir sobre o tema “Como atrair novos clusters logísticos e industriais e criar emprego?”, contemplando um programa com um leque de conteúdos bastante ricos, donde se pode destacar as seguintes linhas de força:
O porto de Setúbal através do dinamismo dos seus terminais, onde é possível, praticamente sem exceções, movimentar todo o tipo de mercadorias, em conjunto com as plataformas logísticas da sua envolvente e serviços por elas prestados, é hoje uma realidade que se vem impondo no panorama portuário / logístico nacional.
Dada a oferta que o porto de Setúbal no seu todo oferece, é hoje, claramente, uma escolha dos carregadores/armadores. Nas últimas 2 décadas cresceu 112% na quantidade de mercadoria movimentada (ton.), Só nos últimos 3 anos cresceu 25%.
Apesar dos resultados, que podem deixar orgulhosos todos os que vivem de e para o porto de Setúbal, este evento, é uma amostra da ambição e do inconformismo de toda a comunidade portuária de Setúbal, procurando soluções que levem a um crescimento sustentado e harmonioso do nosso porto com o respeito pelo ambiente, pela cidade que nos rodeia e acolhe e pelas suas gentes.
Assim, e porque o crescimento de um porto, depende em muito, da riqueza e dinamismo empresarial da sua envolvente, foi hoje, durante este evento, assinado o protocolo.
“REGIÃO INDUSTRIAL, LOGISTICA e PORTUÁRIA de SETÚBAL RUMO ao FUTURO”
Com a assinatura deste Protocolo, que foi subscrito por seis entidades, a saber;
– Câmara Municipal de Setúbal, e
– APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA,
Entidades institucionais que nos darão as garantias necessárias de um ordenamento e coordenação das ações a desenvolver tendo em vista a dinamização empresarial da região no respeito pelo ambiente e princípios definidos nos planos diretores.
– aicep Global Parques – Gestão de Áreas Empresariais e Serviços, SA,
– SAPEC Parques Industriais, SA,
Duas entidades gestoras de plataformas logísticas com várias dezenas de hectares, as quais são potenciadoras dos objetivos que se pretendem alcançar.
– Instituto Politécnico de Setúbal, fonte de conhecimento e saber que pode e deve ser transmitido ao mundo empresarial, e do qual sejamos justos, o IPS tem desenvolvido trabalho no sentido de aproximar esta fonte de criação de conhecimento que é o IPS, da experiência e do saber fazer que as empresas da região detêm.
– Comunidade Portuária de Setúbal, onde estão representadas empresas e associações empresariais cujas atividades têm uma relação direta com as atividades portuárias seja como prestador de serviços, clientes ou reguladores desses serviços e, por conseguinte é um parceiro natural na assinatura deste protocolo.

Em suma a assinatura deste protocolo configura um envolvimento singular entre estes parceiros e estratégico para Região, formalizando o compromisso de colaboração entre as partes para a prossecução do objetivo de afirmar a “Região Industrial, Logística e Portuária de Setúbal Rumo ao Futuro”, com especial enfoque nas atividades ligadas à exportação e importação de mercadorias por via marítima, que proporcionem o aumento dos hinterland e forland do porto, em parceria com os parques empresariais – industriais, logísticos e de serviços – localizados junto ao Porto, potenciando assim a criação de valor e emprego na região, de forma integrada.
Preconiza também o desenvolvimento de ações conjuntas para a divulgação da capacidade existente nos terminais portuários e dos parques empresariais – industriais, logísticos e de serviços – bem como a atração de investidores para os novos terminais portuários em projeto e outros investimentos em atividades económicas congéneres nas áreas logísticas, industriais e de serviços envolventes, com benefícios para o desenvolvimento da cidade e região de Setúbal.

Ficou claro também, ao longo deste evento, que os atores da atividade portuária /logística do porto de Setúbal, têm uma ideia muito clara de para onde querem ir e, o que necessitam para lá chegar.
Assim, ficou evidenciado que estão identificadas as estratégias de longo prazo bem como alguns constrangimentos de curto e médio prazo que terão que ser ultrapassados para ser poder equacionar aquela estratégia mais ambiciosa.
No curto prazo as infraestruturas portuárias apresentam-se inclusivamente com alguma folga ou seja ainda é possível crescer sem investimentos significativos nas infraestruturas portuárias. No entanto, para que este crescimento possa continuar, há que remover alguns constrangimentos que se colocam ao nível das acessibilidades sejam marítimas ou ferroviárias (note-se que o enfoque é no ferroviário e não no rodoviário) pois, é claro tanto para a CPS como para a APSS que só é possível crescer e aumentar o Interland com a ferrovia a funcionar sem restrições.
No que às acessibilidades marítimas ao Porto de Setúbal diz respeito a APSS já tem em andamento O projeto de melhoria dos acessos marítimos ao Porto de Setúbal visa a manutenção do atual posicionamento de Porto ShortSea, através do melhoramento dos canais em 1 a 2 metros, dando resposta ao aumento dos calados por parte dos navios Panamax, passando a poder receber navios de 13 m de calado em qualquer maré, manter assim, a posição relativa do porto a nível ibérico e nacional.
O acesso marítimo é um fator determinante na redução do frete marítimo, beneficiando as indústrias da região, e a escolha do porto por parte dos carregadores, com a inerente redução do custo do transporte.
Os Estudos técnicos e ambientais estão em fase de conclusão, aguardando-se para breve a obtenção da Declaração de Impacte Ambiental (DIA). Seguir-se-á a candidatura ao COMPETE para execução das dragagens.

Quanto às acessibilidades Ferroviárias os números apresentados impõem a necessidade imediata de fazer a Modernização da Ligação Ferroviária à Zona Central do Porto de Setúbal
O Porto de Setúbal tem registado um crescimento assinalável na última década, obtido, em boa parte, pelo desenvolvimento da intermodalidade marítimo-ferroviária. É o segundo porto nacional em número de comboios e o que mais tem crescido na utilização do modo ferroviário. De 2009 a 2014 as quantidades movimentadas de e para o porto de Setúbal pelo modo ferroviário triplicaram, só em 2014 cresceu 33%, face a 2013 e 6% em 2015 face a 2014.
Setúbal é responsável por cerca de 1/3 do número de comboios de mercadorias realizados em todos os portos Portugueses. A infraestrutura de acesso à zona Central do porto (terminias RO-RO, Sadoport e Tersado) está esgotada. Não é possível fazer mais movimentos de comboios, existindo hoje, já conflitualidade na utilização da ferrovia nesta zona do porto de Setúbal, com as inevitáveis consequências negativas para os clientes do porto.
Os valores da movimentação de mercadorias pelo modo ferroviário mostram bem a importância estratégica do Porto de Setúbal em termos ferroviários, bem como explicam a importância e o potencial dos projetos de melhoramento das infraestruturas ferroviárias para o Porto de Setúbal. Considerando-se prioritários os projetos que incidem na Zona Central do Porto, sem esquecer a ligação à Termitrena e o acesso ao Triângulo das Praias do Sado. Estes projetos vão permitir crescer no movimento de cargas, sendo possível a quase duplicação do número de comboios nos próximos 10 anos.
O projeto para a Zona Central do Porto de Setúbal já foi objeto de protocolo entre A Infraestruturas de Portugal e APSS, entidades que em parceria estão a preparar a candidatura do projeto “Railway connection upgrade to the Port of Setúbal” a fundos comunitários do CEF-Geral. Pretende-se com esta candidatura realizar o estudo das intervenções de melhoria na zona de receção/expedição e nos terminais da SADOPORT, TERSADO e RO-RO e de desnivelamento das Passagens de Nível de Praias do Sado, incluindo estudos técnicos e operacionais e projetos de execução.
De acordo com levantamentos preliminares, os investimentos necessários para ultrapassar os constrangimentos existentes na zona central do porto, rondarão os 4 000 000 € e, permitirão praticamente duplicar o número de composições que será possível operar nesta zona do porto.

Expansão do Terminal Ro‐Ro
O Porto de Setúbal é líder no segmento RO-RO e, pretende ser um hub ro–‐ro de crosstrade intercontinental na ligação entre as rotas do Atlântico, África, Ásia e as linhas do Mediterrâneo e, de igual modo, potenciar a distribuição de automóveis para Portugal e Espanha, até Madrid com áreas de atividades logísticas especializadas no interior do porto.
Com este objetivo, a APSS está a levar a cabo a Expansão do Terminal Ro‐Ro, representando uma oferta de mais 5,8 ha de terrapleno no terminal, que irão melhorar o serviço de importação e exportação de automóveis e passar a oferecer serviços de valor acrescentado na importação e exportação de veículos. Tratou-se de um investimento de 2,9 milhões de euros.

A relação porto-cidade
Durante muitos anos o porto e a cidade ou pelo menos quem as geria viveu de costas voltadas, há algum tempo a esta parte esta atitude tendo vindo a alterar-se com ganhos para todos pelo que, é de fundamental importância continuar-se a fomentar a relação porto-cidade, dando sequência e continuidade à colaboração entre a CMS e a APSS, conducente a um maior impulso na dinamização e florescimento de atividades da Zona Ribeirinha de Setúbal, nas vertentes económica, social e cultural, que potenciem a afirmação da Região como destino para o Turismo Náutico e enquanto polo logístico, trabalhando em conjunto para atrair investimentos multiplicadores da riqueza existente, numa abordagem de cluster.
O desenvolvimento articulado e harmonioso entre o porto e a cidade, com resultados na modernização de infraestruturas existentes, criação de novas e, no ordenamento das duas áreas, compatibilizando, interligando e coordenando a estratégia subjacente.
O protocolo hoje assinado, é um bom exemplo da relação que se tem vindo a solidificar entre a CMS a APSS e, logo, com toda a comunidade portuária e logística de Setúbal, poderá ser também um contributo para atingir este objetivo.
Tudo indica que estamos no bom caminho.
Comunidade Portuária de Setúbal
19 de Janeiro de 2016