No ano em que se assinalam 90 anos sobre o nascimento de Artur Bual, a Galeria Municipal do Montijo presta homenagem a este conceituado artista português com a exposição “Arte Antidestino: Artur Bual: 90 anos”. A mostra será inaugurada no dia 2 de outubro (domingo), pelas 16h30.
Pioneiro da pintura gestual em Portugal, Artur Bual foi efetivamente um dos primeiros pintores gestuais abstratos portugueses que participaram no I Salão de Arte Abstrata, em 1954, organizado pelo historiador e crítico de arte José-Augusto França, na Galeria Março – Lisboa.
Ao longo de cerca de 50 anos de pintura, Artur Bual apresentou uma obra onde o gestualismo de vocação expressionista sempre se debateu entre a abstração e a figuração, na apropriação de um espaço cenográfico, onde se inscreve o ritmo convulsivo do gesto do pintor.
Artur Bual, um dos grandes artistas plásticos portugueses da contemporaneidade, teve uma carreira muito marcada pelo expressionismo. O Montijo entrou na sua vida na década de 50 do século passado, quando foi contratado para trabalhar pela Junta de Colonização Interna, exercendo funções de desenhador e envolvendo-se em diversos projetos técnicos e artísticos no Colonato de Pegões.
As suas pinturas nas Igrejas das Faias e de Pegões são bons exemplos do legado artístico e cultural de valor incalculável que Artur Bual deixou ao Montijo, numa ligação estreita entre o artista e o nosso território.
A exposição “Arte Antidestino: Artur Bual: 90 anos” está aberta ao público até 12 de novembro, na Galeria Municipal do Montijo, no seguinte horário: 2.ª feira a sábado, 9h00-12h30 e 14h00-17h30.
Sobre o artista:
Artur Mendes de Sousa Bual (Lisboa, 1926 – Amadora, 1999) foi um artista plástico português que influenciou de forma determinante a arte em Portugal, na segunda metade do século XX.
Cedo se revelou um dos artistas mais dotados da sua geração. Descobriu a sua vocação artística ainda muito jovem e, aos 14 anos, ingressou na Escola António Arroio onde permaneceu até 1946. Participou no I Salão de Arte Abstrata (Lisboa, Galeria de Março, 1954), organizado pelo historiador e crítico de arte José Augusto França, ao lado de Lanhas, Vespeira, Joaquim Rodrigo, René Bértholo, entre outros.
Foi distinguido pelos Críticos de Arte de França na I Bienal de Paris, em 1959. Venceu o Prémio Nacional de Pintura Amadeo Souza Cardoso, também em 1959. Ao longo da sua carreira, realizou diversas exposições em Portugal e no estrangeiro e está representado em diversas coleções. Executou frescos em diversas capelas no Ribatejo e Alentejo, entre as quais destacamos as pinturas realizadas nas Igrejas das Faias e de Pegões, no concelho do Montijo.