O tema Atividade Portuária no Barreiro juntou, na Biblioteca Municipal do Barreiro, na tarde da passada sexta-feira, 10 de fevereiro, representantes de instituições do Concelho. O próximo debate está agendado para terça-feira, 21 de fevereiro, pelas 21h00, no mesmo Auditório, desta feita, aberto a toda a população.
Esta iniciativa “pretende enquadrar e permitir uma reflexão mais alargada”, disse, na Abertura da sessão, a Vice-Presidente da Câmara Municipal do Barreiro (CMB), Sofia Martins, lançando o debate, que contou com a presença do Presidente da CMB, Carlos Humberto de Carvalho, do Vereador do Planeamento, Rui Lopo, e dos representantes dos conselhos de Administração (CA) da Administração do Porto de Lisboa (APL), Carlos Correia, e da Baía do Tejo (BT), Sérgio Saraiva.
O projeto da Plataforma Multimodal incorpora contributos dos vários parceiros envolvidos – CMB, Município do Seixal, BT, Infraestruturas de Portugal e APL. Frisando o recurso a pareceres do LNEC, nomeadamente nos estudos de dragagens de manutenção, o engenheiro responsável do CA da APL explicou ter sido o projeto desta plataforma portuária – objeto de “candidatura a financiamento comunitário no âmbito do CEF – Connecting Europe Facility 2014-2020” – pensado para evoluir de forma faseada. Na 1ª fase, está prevista uma Área de 41,3 hectares (ha), com um comprimento de 800 metros, profundidade de 446 m, feixe de triagem ferroviário, 1050 m, e Capacidade do cais e do parque 1 Milhão de TEU. Concluída a 2ª fase (portanto 1ª + 2ª): Área, 67 ha; comprimento, 1500 m; profundidade, 446 m; Feixe de triagem ferroviário, 1050 m; e capacidade do cais e do parque, 2 M TEU (veja AQUI a apresentação de Carlos Correia na íntegra: http://www.cm-barreiro.pt/uploads/writer_file/document/10140/Apresentacao_TCB_CC_27_01_2017.pdf).
“Temos associado sempre o terminal a uma zona logística portuária, industrial e tecnológica”, sublinhou o Presidente da CMB, referindo-se à BT e zonas adjacentes, que proporcionam sinergias – mais valias que, salientou, não podem ser consideradas nos vários estudos apresentados.
Carlos Humberto de Carvalho fez questão de informar os presentes, de “condições” colocadas pela Autarquia” para que a Plataforma Multimodal se instalasse no Concelho: “O Terminal Multimodal do Barreiro não pode pôr em causa a TTT” e “não pode pôr em causa as vistas – e até as pode potenciar”. Referiu, ainda, não haver problemas significativos de carácter ambiental associados e, quanto às dragagens, ainda que significativas, o projeto está preparado para as suportar.
O Terminal faz falta à Região e ao Concelho, disse, dando conta de se conhecerem, já, investidores interessados. Quanto à recetividade dos concelhos vizinhos, o Presidente da CMB lembrou uma ata da reunião de AML que refere, explicitamente que os “municípios estão de acordo” com a instalação do Terminal no Barreiro.
Para Sérgio Saraiva, este projeto é, também, uma “oportunidade para alavancar o território da BT”. A instalação da Plataforma poderá criar oportunidades ao nível da reabilitação urbanística e resolver alguns constrangimentos existentes entre o território da BT e a cidade.
“Se, de facto, os municípios pudessem decidir sobre aquilo que querem fazer acerca dos seus territórios, o terminal já estava feito”, disse o Vereador do Planeamento confirmando o desejo e os consensos à volta do tema. Rui Lopo falou dos estímulos que os terminais trazem às cidades, lembrando, com exemplos práticos, o dinamismo, a riqueza e qualidade urbana de cidades portuárias.