Numa altura em que decorre o concurso público internacional para o estudo de impacto ambiental, teve lugar a 1 de julho o debate subordinado à temática “A Plataforma Multimodal do Barreiro – Navegar no Tejo e Reabilitar as margens – Uma Solução Amiga do Crescimento do Ambiente”, no auditório da Biblioteca Municipal do Barreiro.
Dezenas de pessoas assistiram a esta sessão que contou com as intervenções de Augusto Mateus, economista e professor universitário, Marina Ferreira, Presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa, e Jacinto Pereira, Presidente do Conselho de Administração da Baía do Tejo.
Este foi o terceiro debate do Ciclo “Plataforma Multimodal do Barreiro/Terminal de Contentores – Visão e Futuro”, promovido pela Câmara Municipal do Barreiro (CMB), Administração do Porto de Lisboa (APL), Infraestruturas de Portugal – Estradas de Portugal (EP)/REFER e Baía do Tejo (BT).
Na abertura da sessão, o Município do Barreiro e APL assinaram um protocolo de parceria para a reabilitação da proteção da marginal do Passeio Augusto Cabrital, no Barreiro, já em curso.
A iniciativa foi moderada por José Limão, Diretor da publicação “Transportes em Revista”.
Importância do Sistema Portuário
A localização do Barreiro no centro da margem sul é, segundo Augusto Mateus, um fator determinante para escolher este Concelho para a localização do Terminal de Contentores e lembra que este só será uma realidade se existir investimento privado.
Defendeu a criação de um sistema portuário onde sejam articulados os portos de Lisboa, do Barreiro e de Setúbal.
Ressalvou o facto do modo marítimo de transportes de mercadoria estar a sobrepor-se aos restantes. Neste contexto, o Terminal de Contentores constitui um desafio para a APL, para a Baía do Tejo, para a CMB e para os operadores, trata-se de “dar vida aos territórios industriais desativados”.
“Qual o impacto para a economia local?”
A esta questão colocada pelo moderador, Jacinto Pereira respondeu que acredita que o Terminal de Contentores irá promover o desenvolvimento económico. Cabe ao Estado, Autarquia e Baía do Tejo articularem-se para potenciar a Região.
Referiu-se a “Lisbon South Bay”, novo “nome”, recentemente criado, para promover internacionalmente os territórios da Lisnave, Quimiparque e Siderurgia (geridos pela Baía do Tejo), situados nos concelhos de Almada, Barreiro e Seixal.
Resulta, recorde-se, do lançamento de um Plano de Marketing para os territórios da Baía do Tejo, no âmbito de uma candidatura ao Programa Regional Operacional de Lisboa, cofinanciada pelo FEDER, sob a designação “Estratégia de Promoção Nacional e Internacional do Arco Ribeirinho Sul”, no valor de cerca de 100 mil euros, realizada, conjuntamente, pela Baía do Tejo e pelos três municípios.
Segundo Jacinto Pereira, a reorganização estratégica assenta em vários pilares, sendo a requalificação territorial, o principal. Informou que estão em curso vários projetos, entre os quais a abertura à cidade da rua da atual sede da Baía do Tejo, a requalificação urbana da Av. das Nacionalizações, com impacto positivo nas populações tendo em conta o protocolo estabelecido entre o Município do Barreiro, a Petrogal e a Baía do Tejo.
A Requalificação ambiental do território é outro dos pilares estratégicos, permitindo a melhoria da qualidade de vida das comunidades e a atração do investimento.
Procede-se, há vários anos, à descontaminação dos solos da Quimiparque, para dar novos usos aos territórios, tendo sido investidos 18 milhões e meio de euros.
Acredita que os passivos ambientais “não serão obstáculo para o desenvolvimento”.
A estratégia do PU da Quimiparque
O Município do Barreiro pretende, segundo o Presidente da CMB, que o território da Quimiparque seja um polo de emprego. É urgente resolver o problema do desenvolvimento económico e das acessibilidades.
Recordou que o Plano de Urbanização (PU) da Quimiparque, tem como estratégia o reforço da atividade portuária no Concelho e acrescentou, “não vemos o Porto como uma infraestrutura isolada, mas enquadrado numa estratégia global”.
Qual o impacto expectável da atividade portuária para a Região e para o País?
Foi a questão dirigida a Marina Ferreira. “Trabalho, disponibilidade e empenho” é o que posso oferecer para este projeto, são palavras de Marina Ferreira há dois anos à frente da Administração do Porto de Lisboa.
Pretende que o Terminal de Contentores faça parte de uma rede comercial, uma vez que o comércio mundial tem vindo a desenvolver-se. Nesse sentido, foi criado o projeto Via Lisboa-revamping opportunities, com autarquias e empresas (ver imagem em anexo).
Pretendemos um Porto que seja capaz de mostrar as suas mais-valias”.
O concurso público internacional para o estudo de impacto ambiental está em marcha. Marina Ferreira adiantou que já foi consultado por cerca de 30 entidades. Quando chegar o momento de seleção do concurso, a APL será rigorosa. “Saberemos exatamente o que queremos e os investidores serão convidados a participar naquilo que desejamos que seja uma mais-valia urbana e para as populações”, afirmou.
AML e CMB assinam Protocolo
Antes do debate, Município do Barreiro e APL assinaram o protocolo que define os termos da parceria entre o Município do Barreiro e a APL, para a Reabilitação da Proteção Marginal do Passeio Augusto Cabrita, no Barreiro.
Carlos Humberto de Carvalho saudou de forma especial o Conselho de Administração do Porto de Lisboa pelo trabalho desenvolvido na recuperação das áreas ribeirinhas.
Anunciou que em 2016, o Município continuará a intervir na zona ribeirinha.
“Está a ficar lindíssimo” foi como Marina Ferreira definiu a obra. “Ajudamos, assim, a construir uma cidade mais aberta ao rio”, referiu.
Consulte documento em anexo.