A Homenagem ao Cante Alentejano, Património Imaterial da Humanidade, promovida pela Câmara Municipal do Barreiro contou com ‘casa cheia’. O Auditório Municipal Augusto Cabrita recebeu, ontem, dia 15 de fevereiro, mais de 300 pessoas que quiseram ver e ouvir as atuações dos Grupos Corais Alentejanos “CANTALENTEJO”, da UTIB, “Amigos do Barreiro” e “Unidos do Lavradio” e a projeção do filme de Sérgio Tréfaut, “Alentejo, Alentejo”.
“Alentejo és nossa terra”, “Dá-me uma gotinha de água” e “Mineiro” foram as modas cantadas pelo grupo CANTALENTEJO.
“Os Amigos do Barreiro” cantaram “Alentejo, Alentejo”, “Querido Alentejo” e “Eu vi no tempo passado”.
“Os tempos passados”, “Pelo toque da viola” e Quem há-de meu bem, quem há-de” foram os temas interpretados pelo grupo “Unidos do Lavradio”.
Após as atuações e ainda antes da exibição do filme, o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, lembrou que o Barreiro “é um pouco uma continuação do Alentejo. A nossa cultura é uma continuidade da cultura alentejana”. Com a vinda dos alentejanos para o Concelho “aprendemos a recebê-los de braços abertos. Recebemos o pão, a música, a gastronomia, e a capacidade de luta, de resistência, de construção. Com eles, aprendemos muito na luta pelos direitos e a saber que a terra é de quem a trabalha”. Carlos Humberto de Carvalho realçou que “é com satisfação que vimos transformar o Cante Alentejano em Património Imaterial da Humanidade”.
Foram convidados pela Câmara Municipal do Barreiro a participar nesta iniciativa a Casa do Alentejo, a Câmara Municipal de Serpa e a Moda – Associação do Cante Alentejano.
Manuel Verdugo, em representação da Casa do Alentejo, realçou a “capacidade e enorme resistência” dos grupos corais alentejanos. Considerando que “o Cante é a afirmação de um povo e de uma cultura, “a nossa tarefa agora (após a classificação da UNESCO) é ainda maior”.
Francisco Teixeira, da MODA, afirmou que “é um enorme prazer ver este auditório completamente cheio”. Referiu que “é uma honra para o Alentejo e para os cantadores o reconhecimento deste património” e salientou a “luta permanente, a resistência, a confiança e perseverança dos cantadores. Vale a pena continuar a defender este património dos tempos dos trabalhos no campo”.
“Este reconhecimento foi uma vitória do Cante Alentejano, mas é também uma enorme responsabilidade. O trabalho precisa continuar, ou seja, a salvaguarda do Cante Alentejano que passa pelo rejuvenescimento dos grupos corais”, disse, referindo-se nomeadamente ao ensino do Cante nas escolas.
Ideia também defendida por Isabel Estevens, vereadora da Câmara Municipal de Serpa. “As camadas mais jovens, do 1º ciclo, também já elevam as suas vozes e também vão cantando”, referiu relativamente a Serpa. Isabel Estevens realçou o trabalho das autarquias, em particular, a do Barreiro, no apoio aos grupos corais.
Fonte – CMB