No âmbito do Congresso Barreiro 2030, o Auditório Municipal Augusto Cabrita recebeu, no dia 2 de julho, o Fórum Participativo, “o culminar de um processo de participação intenso”, como referiu o Vereador Rui Lopo, responsável pela área do Planeamento e Gestão Urbana. Recorde-se que, em maio e junho, a Autarquia promoveu, também no âmbito do Congresso Barreiro 2030, 10 oficinas temáticas cujas conclusões estão publicadas em http://www.cm barreiro.pt/pages/1082.
O Congresso Barreiro 2030 tem como base o documento “Estratégia de Desenvolvimento – BARREIRO 2030” que ao longo dos últimos dois anos tem sido elaborado pela equipa técnica do Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano, Lda. (CEDRU) liderada pelo professor Jorge Gaspar, pela Câmara Municipal do Barreiro (Vereadores com Pelouro e técnicos), com os contributos do Conselho Estratégico (composto por personalidades do Concelho com reflexão e atividade no quotidiano local, nos mais diferentes sectores de atividades).
Estas iniciativas de debate e reflexão visam, na opinião do Presidente da CMB, Carlos Humberto de Carvalho, “dar um amplo contributo que o Plano Diretor Municipal deve refletir”, idealizando, para 2030, “um desenvolvimento sustentável em termos económicos, sociais, culturais”.
O Autarca salientou que o processo de participação não culmina no Fórum, estando previstas mais iniciativas nas freguesias e nos Conselhos Municipais. Além destas reuniões de debate, mais contributos podem ser dados através do email .
Questões relacionadas com o emprego, a ferrovia em termos de mobilidade e atividade económica, o potencial da frente ribeirinha, a reabilitação e regeneração urbana, a identidade do Barreiro, a participação e o envolvimento das populações “como ferramenta indispensável para a construção de um Barreiro de futuro” foram “temas de destaque praticamente transversais a todas as oficinas”, referiu Rui Lopo no início dos trabalhos do Fórum.
“Estratégia de Desenvolvimento – Barreiro 2030”
Heitor Gomes, do CEDRU, explicou a elaboração e conteúdos do documento “Estratégia de Desenvolvimento – Barreiro 2030”, nomeadamente os cenários de desenvolvimento. Apresentou as principais tendências internas estruturantes em termos ambientais, económicos, culturais e sociais; as principais tendências externas contextuais e, nomeadamente, os principais projetos impactantes (Terminal de Contentores, Terceira Travessia do Tejo, Quimiparque, Travessia Rodoviária Barreiro-Montijo, Metro Sul do Tejo, etc).
O documento pode ser consultado em http://www.cm-barreiro.pt/pages/1101.
Por seu lado, Sérgio Barroso, também do CEDRU, salientou que este documento tem envolvido uma discussão sistemática com técnicos da Autarquia, eleitos, Assembleia Municipal, entre outros. “É um produto de reflexão contínua e sistemática”. Lançou para o debate alguns desafios: reflexão sobre o modelo de desenvolvimento económico; a cultura como um projeto de afirmação do Barreiro internamente e externamente; afirmação do Concelho como polo estruturante do arco ribeirinho.
O dinamismo do movimento associativo; questões relacionadas com a empregabilidade e a atratividade empresarial; a mobilidade e a necessidade de construção de mais vias; as memórias do Barreiro na indústria, mas também nas artes e no desporto; a relação com os rios e a requalificação da frente ribeirinha; a necessidade de investimento do Poder Central; a justa repartição de riqueza e o aprofundamento dos direitos sociais; o desenvolvimento turístico no Concelho ou de visitação desportiva e cultural; a gestão de proximidade; a requalificação do território em termos de edificado, polo ferroviário e usos obsoletos; a integração estratégica do Barreiro nos territórios envolventes e na relação com Lisboa foram alguns dos muitos temas abordados no período de debate, sintetizados no final por Sérgio Barroso.
Jorge Gaspar, responsável pelo CEDRU, sublinhou a necessidade de entendimento entre várias entidades e concelhos e realçou a importância do desenvolvimento tanto do pequeno como do grande investimento. “O Barreiro tem condições para ancorar grande investimento produtivo e pequenas iniciativas”, referiu, salientando que o Terminal Multimodal poderá gerar outras âncoras de crescimento económico.
Além da necessidade de atratividade de investimento, a discussão em torno da Identidade do Barreiro foi outros dos temas abordados por Jorge Gaspar.
O Presidente da CMB encerrou os trabalhos referindo que “não podemos construir a estratégia para o Barreiro sem emoções, mas precisamos de as associar a uma visão integrada e global. A estratégia tem de servir todos os barreirenses e o Concelho”.
Salientou que o “Barreiro tem de ser uma terra para trabalhar, viver e usufruir” e destacou mais alguns projetos que considera que têm impacto no Concelho, como o novo aeroporto de Lisboa, a Plataforma Logística do Poceirão, o polo ferroviário.