A Câmara Municipal do Seixal aprovou hoje uma tomada de posição sobre a necessidade de concretização do Projeto do Arco Ribeirinho Sul, enquanto fator essencial do desenvolvimento económico, social e ambiental. Esta tomada de posição prende-se com a necessidade de concretização do muito aguardado Arco Ribeirinho Sul, por tratar-se de um projeto de extrema importância para as populações dos concelhos do Seixal, Almada e Barreiro. Recorde-se que este é o maior projeto de âmbito nacional de reconversão e qualificação industrial e ambiental, detendo um enorme impacto na valorização da frente ribeirinha dos territórios que o integram, constituindo por essa via um instrumento fundamental no quadro do desenvolvimento económico-social e da criação de emprego na Península de Setúbal e na Área Metropolitana de Lisboa, que importa dinamizar e operacionalizar.

Considera a Autarquia que o investimento no aparelho produtivo é um fator fundamental para os interesses nacionais, mas a realidade das últimas décadas tem confirmado não ter sido essa a opção política dos sucessivos governos que, no caso em concreto da indústria siderúrgica, desencadearam um processo que levou à destruição da Siderurgia Nacional, empresa que chegou a empregar sensivelmente 6.500 trabalhadores, entre as instalações de Aldeia de Paio Pires e da Maia, para além de se constituir como um sector essencial ao desenvolvimento económico do País.

Com a privatização consumada ficou o Estado português com a responsabilidade de resolver o enorme e gravoso passivo ambiental deixado pelos anos de laboração da Siderurgia Nacional, e com o compromisso de apoiar a reintegração dos antigos trabalhadores no mercado de trabalho e a salvaguardar o património existente (alto forno, pavilhão desportivo, escola de formação e terrenos devolutos/inativos). Constata-se uma vez mais que os sucessivos governos esqueceram os compromissos assumidos, pois a resolução do passivo ambiental tem-se concretizado de forma lenta, os antigos trabalhadores foram completamente esquecidos e o património existente encontra-se decrépito e esquecido, como se atesta no estado do alto-forno, no abandono do pavilhão do Clube do Pessoal da Siderurgia Nacional ou na destruição da escola de formação.

No entanto a área da antiga Siderurgia Nacional, pela sua localização, dimensão e capacidade de dinamização económica, representa um espaço estratégico na organização da estrutura do território municipal.

A opção da Câmara Municipal do Seixal passa por qualificar os espaços industriais existentes, criando condições para o reforço do desenvolvimento do pólo siderúrgico existente, onde a par das principais unidades industriais do sector siderúrgico, se venham a instalar novas unidades, bem como a criação de uma plataforma logística de nível regional, promovendo novas áreas de dinamização económica e produtiva, em articulação com os Parques de Atividades Económicas existentes no Concelho.

A revitalização da zona da antiga Siderurgia Nacional é uma opção estratégica para o concelho do Seixal, para a região e para o País e deve estar sustentada numa política nacional de desenvolvimento, que terá que passar obrigatoriamente pela aposta no desenvolvimento industrial, ao contrário da política que tem sido seguida nas últimas décadas.

Desta forma, a Autarquia reafirmou hoje, em reunião de Câmara, a sua aposta na determinação em potenciar a forte matriz industrial que caracteriza o Concelho, através da instalação de novas unidades produtivas, no âmbito do Projecto do Arco Ribeirinho Sul, revitalizando importantes áreas do território, como é maior exemplo a da ex-Siderurgia Nacional, para além da planificação de novas áreas industriais, de serviços ou logística, que foram integrados no âmbito do novo Plano Director Municipal, afirmando o cluster industrial e logístico no Concelho; a sua solidariedade e o apoio aos trabalhadores da SN-Seixal, exortando-os a manter a sua luta por melhores condições, e por uma gestão democrática que integre os seus interesses e propostas, correspondendo também à defesa da generalidade dos trabalhadores portugueses e a exigência, pelo cumprimento da legislação em vigor por parte das unidades industriais instaladas nos terrenos da antiga Siderurgia Nacional, de modo a minimizar os impactos ambientais no território e junto da população do Concelho.

 

Fonte: CMSeixal