COMUNICADO

 

No final desta fase da campanha eleitoral para a Presidência da República, reitero o meu desgosto e a minha preocupação pelo facto dos candidatos do sistema que nos conduziu ao empobrecimento e à dependência externa, não tenham tido a coragem e a integridade suficientes para se distanciarem dos partidos políticos que os apoiam, causadores da crise que estamos viver, com enormes custos sociais, económicos e financeiros.

Esses candidatos do sistema – Marcelo Rebelo de Sousa, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém – recusaram-se a falar claro aos portugueses, refugiando-se no tema dos poderes presidenciais, que nunca terão a coragem de usar em toda a sua extensão, como numa retórica enganadora e vazia de conteúdo, com o objectivo de defender o sistema e as corporações que os protegem e promovem. Nomeadamente, recusaram-se a debater as oito cartas que enviámos aos candidatos e aos partidos políticos com propostas concretas sobre os grandes problemas nacionais, como a democratização do sistema político, o crescimento económico, a criação de empregos, a dívida do Estado, a igualdade de oportunidades no sistema de ensino, a renegociação das parcerias públicos privadas, etc.

Lamentavelmente, os candidatos fugiram à verdade sobre os seus verdadeiros apoios, mas também sobre as suas reais intenções e capacidades para levar a cabo as profundas mudanças e reformas necessárias a Portugal, destinadas a melhorar a qualidade da gestão política, económica e organizativa do País. Entre outros, os problemas da economia portuguesa foram completamente ignorados, tal como foi ignorada a minha proposta de orientação estratégica Euro Atlântica, cujo objectivo é terminar, através de um amplo consenso nacional, com a navegação à vista e com a descontinuidade das políticas que têm caracterizado a governação do País, com custos enormes para a economia e para a sociedade portuguesas.

Por estas e outras razões, alerto os portugueses para a realidade de que a eleição de qualquer destes três candidatos para Presidência da República manterá o sistema disfuncional e empobrecedor em que temos vivido, bem longe dos princípios democráticos do 25 de Abril, e manterá o poder da promiscuidade existente entre a política e os negócios, poder esse que nunca os incomodou. De facto, esses candidatos ainda não mostraram conhecer a diferença existente entre ética, pedagogia do exemplo e legalidade.

Aproveito para agradecer aos milhares de portugueses que apoiam a minha candidatura e cujo incentivo para falar claro, directo e sem medo, fez a diferença nesta campanha.

 

Henrique Neto

21 Janeiro 2016