A Comunidade Portuária de Setúbal (CPS), que representa as empresas que operam no porto da região, destaca o subaproveitamento do porto da região e atuais acessibilidades para exigir que a rentabilização de estruturas já disponíveis seja a alternativa à construção de um novo terminal.

Comentando as notícias sobre o estudo da Administração do Porto de Lisboa que apontou para a opção Barreiro para o projeto de construção de um novo terminal de contentores, a CPS considera que qualquer estudo comparativo que envolva a região da grande Lisboa deverá “ser sempre realizado a um nível superior, no âmbito do IMT ou da própria Secretaria de Estado”.

Os operadores defendem que “a ampla capacidade instalada, disponível e subaproveitada já existente no porto de Setúbal, com excelentes ligações rodo e ferroviárias e boas acessibilidades marítimas” exige uma rigorosa análise corporativa das “vantagens e desvantagens em rentabilizar estruturas já disponíveis, ainda que passíveis de algumas melhorias a custo reduzido, versus novas construções com custos de investimento globais e de manutenção incomensuravelmente superiores”.

“Porque a atividade portuária é fortemente sensível aos benefícios de escala e existindo já no porto de Setúbal uma infraestrutura com ampla capacidade disponível para servir quer o mercado atual quer o esperado aumento do tráfego de contentores afeto à região da grande Lisboa, no segmento do ShortSea, entendemos ser Setúbal a opção mais adequada e a mais competitiva para dar cabal resposta àquela tendência de crescimento”, sublinha a CPS.

Para os operadores do Porto de Setúbal, “a existir algum potencial na opção Barreiro, deverá ser resguardado para e quando houver aumento da procura que justifique uma nova construção em infraestruturas portuárias de raiz”.

“Fatores de custo associados a dragagens de manutenção e a impactos ambientais de elevada relevância terão sempre de ser rigorosamente equacionados, de modo à salvaguarda de decisões mais realistas e dimensionadas às nossas melhores opções estratégicas”, finaliza a CPS, em comunicado.