Num dia em que mais uma vez o Metro de Lisboa está de greve, o Estapafúrdios do Quotidiano decidiu ir para a rua saber mais sobre esta “mania” das greves. O que descobrimos é revoltante, ultrajante, indignificante (Será que isto existe? Não nos parece! Mas é só para verem o nível de criatividade que abunda por estes lados, que até criamos neologismos…). Ora vejamos…
A vida (não) é feita de greves:
1º Greve do Metropolitano de Lisboa.
O Metropolitano de Lisboa convocou mais duas greves este mês. Uma para hoje, dia 17, e outra para dia 22. O motivo da greve foca-se, sobretudo, nos problemas do sector e da exploração operacional do Metro. Ontem ao início da noite, uma dezena de trabalhadores concentraram-se junto à Central de Comando do Metropolitano de Lisboa, onde reivindicaram por melhores condições de trabalho; contratação de mais funcionários; e fim à sistemática alteração de horários dos funcionários. Como nos pareceu serem razões muito válidas, decidimos ir dar uma palavra de apoio a um dos manifestantes. No entanto, o que descobrimos foi deveras surpreendente…
«Greve?! Qual greve? Eu não estou a fazer greve! Aliás, eu sou contra as greves. Eu não quero fazer greve. Eles é que me obrigam… ISTO É UMA POUCA VERGONHA!! Eu só quero trabalhar. A culpa disto é do Zé… O Zé do Sindicato é que não nos deixa trabalhar. Eu bem que queria ir, mas ele não me deixa. ISTO É BULLYING!! BULLYING! Está a ver… É que parece que, quanto mais eu grito, mais eles acham que eu estou de acordo com a greve. Não entendo…»
(Pois… Olha, só assim naquela, hás-de experimentar ir para o teu posto de trabalho em vez de vires para aqui gritar… Até pode não dar em nada, mas ao menos podias dar-te ao luxo de dizeres que eras o único maquinista com um metro a circular, e serias o herói do povo! Ou então o fura-greves… Das duas, uma…)
2º Greve na Refer.
Se 4ª feira é dia de greve no Metro, então 5ª é dia de greve na Refer. Os funcionários da Refer irão usar esta medida como forma de protesto pela fusão da empresa com a Estradas de Portugal. Um protesto justo, julgávamos nós, até que decidimos ir falar com um dos funcionários…
«Então mas isto é lá fusão que se faça? Refer e Estradas de Portugal, juntas num só?! Ora então, se num lado andam comboios, no outro andam carros, faz lá algum sentido estarmos fundidos?! Se nos queriam fundir com alguém, tinham-nos fundido com os tipos do Metro. Com esses, sim, fazia sentido. Ao menos era tudo comboios. Ora por cima da terra, ora por baixo da terra. Até nos podiam chamar: REFWAY, ou algo assim do género. Um daqueles nomes estrangeiros para causar maior impacto. Agora assim, passaremos a ser o quê?! REFEP?! REFEREP? Pfff…»
(Ó meu amigo… Dá-te por muito feliz por estarem a ser fundidos com uma empresa que ainda tem capital… É porque se calham a ser fundidos com a Carris, não tarda nada, vocês estavam era bem… «fundidos»!)
3º Greve na TAP.
Deixamos a “melhor” e maior para o final… A greve da TAP tem dado muito que falar. Ora há, ora não há. Ora é a semana toda, ora são só 3 dias. Ora há serviços mínimos, ora não há voos para ninguém. A última notícia que nos chegou foi que a greve está confirmada. Começa sábado, dia 27/12, e termina 3ª, dia 30/12. 4 dias inteiros em que os aviões da TAP prometem não descolar. Por outro lado, quem já descolou do seu lugar, foi mesmo o Sr. Rui Luís – o presidente do sindicato dos tripulantes. Diz que a sua demissão teve qualquer coisa a ver com uma proposta enviada ao Governo. Será realmente assim?
«Proposta?! Qual proposta? Eu não quero saber de proposta nenhuma. Eu expressei a minha opinião, ninguém me deu “cavaco”, agora aguentem-se. Se querem que vos diga, até foi melhor assim. É da maneira que consigo ir já para o Brasil passar o fim-de-ano. Ao menos não corro o risco de ficar retido em Lisboa por causa dessas greves que tanto falam.»
(Pronto, pronto, Rui… Já passou! Inspira, expira. Agora diz-nos só mais uma coisinha. O que raio querias tu dizer com: “ninguém te deu cavaco”? Estarias porventura a insinuar que ninguém liga nenhuma ao nosso Presidente?! Ai, ai… Toda a gente sabe que o nosso Presidente é muito adorado… pela sua musa algarvia e amante de presépios, Maria Cavaco Silva…)
Texto escrito por: Gil Oliveira & Ricardo Espada
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