A memória de Maria Adelaide Rosado Pinto foi evocada num espetáculo, no âmbito do vigésimo aniversário da morte da musicóloga e poetisa setubalense, que decorreu na terça-feira, à noite, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal.
Ao longo de quase duas horas, houve momentos musicais dinamizados pelas instituições às quais a homenageada esteve ligada, poesia declamada pela atriz Célia David, antes de cada atuação e no final do espetáculo, e testemunhos sobre Maria Adelaide Rosado Pinto.
O espetáculo, organizado pela LASA – Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, numa parceria com a Casa da Poesia de Setúbal e com o apoio da Câmara Municipal, começou com a projeção de um vídeo sobre o percurso de Maria Adelaide Rosado Pinto e com atuações do Coral Infantil de Setúbal e da Academia de Música e Belas-Artes Luísa Todi.
Seguiram-se intervenções do vereador da Cultura da autarquia, Pedro Pina, que sublinhou a importância desta homenagem “para manter viva a memória de uma pessoa que deixou um grande legado”, e de Maria Helena de Mattos, da LASA, dinamizadora do evento.
Uma mesa-redonda, moderada por António Laertes, com testemunhos do poeta José António Chocolate, do presidente do Coral Luísa Todi, Luís Fernandes, e de Eduardo Rosado Pinto, sobrinho da homenageada, permitiu que o público ficasse a conhecer pormenores sobre a vida e obra de Maria Adelaide Rosado Pinto.
Uma atuação de Mafalda Louro, aluna de canto do Conservatório Regional de Setúbal, abriu a segunda parte, que contou ainda com apontamentos do Rancho Folclórico Etnográfico de Danças e Cantares da Barra Cheia, da banda da Sociedade Musical Capricho Setubalense e do Coral Luísa Todi.
O espetáculo terminou com a projeção do poema “Valeu a Pena”, de Maria Adelaide Rosado Pinto, declamado pela atriz Célia David.
Nascida em Setúbal, em 1913, Maria Adelaide Rosado Pinto tinha uma personalidade multifacetada, independente e inovadora, sendo considerada uma mulher à frente do seu tempo.
Musicóloga, formada no Conservatório de Música de Lisboa e bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, frequentou diversos cursos no estrangeiro que lhe permitiram aceder a novas perspetivas didáticas e pedagógicas que se traduziram em métodos inovadores que aplicou nas instituições a que pertenceu e em projetos de Educação Musical nas escolas.
Como poetisa, publicou o livro de poemas “Marés Vivas”.
Fonte: Câmara Municipal de Setúbal