Resumo da Conferência
As páginas da imprensa periódica local são excelentes repositórios de factos do quotidiano da vida das comunidades que viveram nos séculos XIX e XX.
Autênticas cápsulas do tempo cristalizaram e preservaram a memória do passado, constituindo uma fonte privilegiada e incontornável para a construção do conhecimento histórico da época contemporânea.
Subestimá-las ou subutilizá-las, é malbaratar um manancial de informação precioso que traduz os anseios, as preocupações e os estados de alma do dia-a-dia de uma população, através da pena dos seus jornalistas.
Partindo deste pressuposto, pesquisámos centenas de páginas de vários periódicos setubalenses com o intuito de conhecermos como se vivia em Setúbal na época do Ultimatum inglês, momento particularmente doloroso e traumático da nossa história colectiva, que marca, de forma indelével, a intensificação e radicalização da luta contra o regime monárquico e suas instituições.
Ficámos agradavelmente surpreendidos com a quantidade e qualidade da informação veiculada nesses periódicos, que nos permitiu sentir o pulsar da urbe setubalense nas suas manifestações, dinâmicas e sinergias de há quase 130 anos.
Bem-vindos a uma viagem no tempo, que nos dará a conhecer uma jovem cidade que luta por se afirmar e conquistar o seu espaço nos planos regional e nacional.
António Chitas
Fonte: AMRS