“Não interessa a cor do gato desde que ele cace o rato” – A peugada neoliberal desde os anos 80: O novo livro de Alcídio Torres
No dia 14 de Setembro, pelas 18h30, na Biblioteca Municipal do Montijo Alcídio Torres apresenta o seu novo livro. “Não interessa a cor do gato desde que ele cace o rato” – A peugada neoliberal desde os anos 80. A obra é apresentada pelo prof. Eugénio da Fonseca, Presidente da Cáritas Nacional.
A obra aprofunda as causas e as consequências da crise de confiança nos partidos, nos governantes, nos sindicatos, e nas instituições da sociedade civil.
Para o autor, o aprofundamento das desigualdades de rendimento e riqueza está associado a uma correlação de forças desfavorável ao trabalho, principalmente desde o final da década de 70.
Por isso, defende que o combate contra as desigualdades sociais e pela distribuição equitativa da riqueza deve estar no centro das preocupações da cidadania.
A um pragmatismo sem princípios, onde os fins justificam os meios, o autor contrapõe um outro caminho, com a política a comandar a economia e a finança ao serviço dos interesses da maioria da população.
O autor aborda, igualmente, o problema das dívidas soberanas, nomeadamente a violação do direito internacional na concessão de empréstimos por parte das instituições financeiras internacionais, que se assumiram como credores de último recurso perante Estados debilitados e indefesos.
O divórcio entre a política e a ética, assim como o discurso hegemónico da corrupção no sector público em Portugal e na Europa, são analisados por Alcídio Torres.
Com a publicação da obra “Não interessa a cor do gato desde que ele cace o rato” – A peugada neoliberal desde os anos 80 – Alcídio Torres acaba de publicar o seu 10º livro.
Nas anteriores publicações contam-se, entre outras, duas obras sobre a temática da ética pública e do combate contra a corrupção (com prefácios do prof. Guilherme d’Oliveira Martins e Viriato Soromenho Marques); duas obras sobre D. Manuel Martins, ex-bispo de Setúbal, um deles com prefácio de António Ramalho Eanes, ex-Presidente da República.
Em co-autoria com Rosa Bela e Armando Leal publicou “Cem anos de história municipal no Montijo” (com prefácio de Jorge Sampaio, ex-Presidente da República). Em co-autoria com Maria Amélia Antunes, ex-presidente da Câmara Municipal do Montijo, publicou a obra “O Regresso dos Partidos” (com prefácio de António Almeida Santos, ex-Presidente da Assembleia da República). Publicou ainda a obra “Porto de Sines, Porta Atlântica da Europa”.
Em declarações exclusivas ao DistritOnline, Alcídio Torres mostra-se entusiasmado com este seu novo trabalho, que levou mais de ano e meio a ser escrito, e que a editora Artelogy decidiu publicar em tempo record, 3 dias depois da sua apresentação por parte do autor.
É um livro muito interessante e de grandes surpresas. Alcídio Torres critica aqueles que “concentram muitas vezes o seu discurso no ataque á corrupção do estado social, que na pratica não passa de 5%” se comparada com outras práticas criminosas, como a fraude fiscal, que são responsáveis por 95% da fuga de impostos para os paraísos fiscais..
Por exemplo, a economia paralela ou não registada com origem na fraude fiscal corresponde a 27% do PIB português, ou seja 50 mil milhões de euros. Por este valor não arrecadado não se pode responsabilizar a corrupção , mas a fraude fiscal oriunda do sector privado e potenciada pela permissão do Estado.
Esta verba não arrecadada daria para pagar 4 anos de prestações sociais provenientes do OE ou daria para pagar durante mais de 20 anos os gastos do OE com o Ensino Superior e a Ciência.
CLÁUDIO ANAIA