RATTON 30 ANOS
No próximo dia 22 de Outubro, domingo, a Galeria Ratton comemora o seu 30º Aniversário.
Comemorar o 30º Aniversário oferecendo à Cidade de Lisboa este mural colectivo que marca simbolicamente a importante iniciativa de cidadãos que resultou na 1ª Carta de Lisboa – Direitos e Responsabilidades tem para nós especial significado. Os artistas que se associaram a este gesto simbólico, oferecendo a sua leitura do simbolismo na representação e expressão próprias permitem desta forma manter a memória viva deste momento: Andreas Stöcklein, Eduardo Batarda, Graça Morais, Irene Buarque, Jorge Martins, Júlio Pomar, Lourdes Castro, Manuel Vieira, Maria Beatriz, Pedro Proença e Sofia Areal.
Com a apresentação deste novo trabalho, temos a felicidade de iniciar duas novas colaborações com Manuel Vieira e Sofia Areal.
A Galeria apresenta simultaneamente a exposição original de 1987 e ainda o conjunto de azulejos múltiplos e originais realizados com todos os artistas com quem colabora desde o início.
Mantemos desta forma presente a memória de nomes fundamentais da nossa cultura como: Ana Hatherly, António Costa Pinheiro, Bartolomeu dos Santos, João Vieira, Luísa Correia Pereira, Menez, Querubim Lapa, René Bértholo, Sarah Afonso.
Estão confirmadas a presença às 18h para a apresentação do painel Carta de Lisboa com os artistas:
Arqª Helena Roseta – Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa
Drª. Catarina Vaz Pinto – Vereadora da Cultura da CML
Arqº João Afonso – Vereador dos Direitos Sociais da CML
Em 1987 Ana Viegas iniciou o projecto Ratton convidando Paula Rego, Lourdes Castro, Menez, Júlio Pomar, João Vieira e Bartolomeu dos Santos a procurarem novos caminhos, novas expressões, através do azulejo. Esse desafio animou desde então muitos outros artistas a juntarem-se à Ratton dando uma visibilidade crescente a esta tão particular expressão artística portuguesa.
Nas palavras do professor José Meco “(…) É neste contexto que Ana Maria Viegas e a Galeria Ratton têm desempenhado um papel fundamental, idêntico ao dos mestres azulejadores do passado, em quase três décadas de actividade intensa e percorrendo todos os momentos da criação do azulejo. No início era o azulejo solto, em módulos de figura avulsa, através dos quais, tal como no passado, o artista inexperiente compreendia o que era o quadrado cerâmico e aprendia a pintar com a espontaneidade e segurança que esta arte exige. Cada artista foi apoiado na forma como compreendia aquele quadrado e como o transformava em criações artísticas diversificadas e mais complexas. Assim nasceram grandes obras de integração arquitectónica e de arte pública que a Galeria Ratton tem realizado, compreendendo estações de metro e comboio, bancos, lojas e fachadas de prédios.
Não só grandes e experientes ceramistas, como Querubim Lapa, deram o seu contributo, mas também novos e velhos cúmplices desta arte têm sido envolvidos neste processo, como Júlio Pomar ou Andreas Stöcklein, que com Menez e outros eleitos practicamente se tornaram “artistas da Casa”, juntamente com muitos que não tinham experiência nesta área artística e foram aliciados para este laboratório criativo, como Paula Rego, Bartolomeu Cid dos Santos, Lourdes Castro, Graça Morais, Costa Pinheiro, Ana Hatherly, João Vieira, Pedro Proença, entre tantos outros que vieram enriquecer a arte do azulejo, não esquecendo diversos artistas estrangeiros cuja visão ou cultura distintas contribuíram para a dinamizar e diversificar, como Arnold Zimmerman, Alan Wood, Betty Woodman, Jun Shirasu, Françoise Schein ou Nizuma Nimoru, apenas como exemplo.
(…) Muita da azulejaria moderna portuguesa, ou feita em Portugal nas últimas três décadas, passou por aqui. Para este historiador que luta pela conservação e valorização do património do passado mas sempre defendeu que a tradição de uma arte só se mantém através das criações modernas, foi um prazer ter sido envolvido neste processo, desejando que o mesmo não pare e que velhos e novos artistas continuem a manter o azulejo vivo. “
Fonte: Galeria Ratton