Cerca de duas centenas de pessoas marcaram presença, durante grande parte da noite de sexta-feira, 28 de novembro, numa vigília junto à entrada principal do Hospital do Barreiro, exigindo a manutenção de todas as valências e especialidades no Centro Hospitalar.
A vigília foi promovida pelas Comissões de Utentes do Arco Ribeirinho Sul (Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete), com o apoio da AMPM – Associação de Mulheres com Patologia Mamária. Esta concentração teve como grande objetivo a Defesa do Serviço Nacional de Saúde” mas foi, em simultâneo, um protesto contra aquilo que referem ser uma “constante e gravíssima precarização dos cuidados prestados no Hospital do Barreiro e com a não resposta da ARS/LVT, na colocação de muitos médicos de família, assim como enfermeiros e outros profissionais de Saúde pública em falta em todos os equipamentos da região.
Carlos Humberto, presidente da Câmara do Barreiro, esteve presente local e garantiu que “este processo de ataque, permanente, ao serviço público e de empobrecimento” exige às autarquias “cada vez mais respostas e intervenções inteligentes”.
“Precisamos que as pessoas sejam tratadas como seres humanos e para isso é necessário que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) esteja em condições de dar essa resposta. O que estamos aqui a fazer, no fundo, é a defender as nossas vidas”, enfatizou o autarca, acrescentando que é “essencial a manutenção do Centro Hospitalar Barreiro Montijo com as valências que hoje tem se possível ampliadas”.
“A portaria da reorganização hospitalar definiu o Hospital do Barreiro como nível 1, que é o mais baixo, o que implica que muitas das especialidades aqui existentes passassem para o hospital Garcia de Orta, em Almada, que já está sobrelotado. Nós não queremos que o nosso hospital perca valências”, disse José Manuel Fernandes, representante das comissões de utentes.
Pela quantidade de utentes que possui e pela diminuição dos serviços que tem vindo a prestar, José Manuel Fernandes considera que, atualmente, o Centro Hospitalar Barreiro/Montijo presta “um muito mau serviço quer nas urgências, quer nas consultas externas, quer até nos internamentos”.
O responsável anunciou ainda que vai ser pedida uma reunião urgente com a administração do centro Hospitalar.
“O que nos diz o presidente é que a portaria é para aplicar. Já hoje não são prestados bons serviços, se diminuírem as especialidades e valências vamos ficar muito pior (…) Se as nossas condições não forem atendidas teremos de, em conjunto, programar outras medidas. Nós vamos atuando conforme a necessidade”, concluiu.