A um dia das eleições para a direção dos Bombeiros Voluntários do Barreiro, o Distritonline revela a entrevista que teve com o candidato no passado fim de semana.
Lembramos que José Oliveira Soares tomou a presidência da direção desta instituição faz 11 anos.
Distritonline (DO)– Qual o Balanço que faz destes 11 anos de mandato?
José Oliveira Soares (JOS) – Muito rico em aprendizagens e bastante posititvo em termos de consolidação financeira.
Investiu-se bastante quer nos recursos humanos (formação e EPI) bem como em meios materiais (equipamento de socorro, melhoramento do quartel, meios informáticos, meios oficinais, bar, lavandaria, sotão, sala do bombeiro, arrecadações, estação de lavagem e desinfecção de ambulãncias, pintura do quartel, mobiliário, sistema de produção de energia, mobiliário, etc.). Tudo somado, ultrapassa um milhão de Euros.
(DO) – Quais as principais diferenças entre o que encontrou quando tomou posse e o legado existente?
(JOS) – O Corpo de Bombeiros cresceu e rejuvenesceu, garantindo o futuro. Passámos a CB1. A permanência de bombeiros no Quartel tornou-se um facto o que não acontecia por diversas razões de que há que salientar as poucas condições de segurança e comodidade que o anterior oferecia e o próprio ambiente interno. Recuperámos o INEM (posto permanente para o Barreiro). Fundamental esta opção, se há uns anos fazíamos 5/6 serviços por dia, agora fazemos 18.
(DO) – Como vê o futuro das corporações no concelho do Barreiro? acha viável uma fusão entre as principais corporações, como se tem falado?
(JOS) – É uma questão complexa. Como é sabido o Corpo de Salvação Pública nasceu de uma ruptura da outra Corporação. Estas coisas deixam sempre marcas, que custam a ultrapasar. Penso (opinião pessoal), não sendo à partida contra, que a junção é uma opção cara e que contraria a legislação. O nosso concelho pela dimensão e população tem direito a duas Corporações de Bombeiros.
(DO) – Quais são os principais desafios para os próximos anos? Refere no seu comunicado que investiu bastante durante o seu mandato. É possível continuar a investir, dadas as dificuldades financeiras que o País ainda atravessa?
(JOS) – O investimento realizado tem procurado não criar condições financeiras desiquilibradas.
Tem-se feito tudo bem pensado e nalguns casos com o aval pessoal de directores. Não temos dado passos muito largos. A continuação de um Corpo Activo, voluntário na opção e profissional na actuação, jovem, motivado e preparado para servir a população é o grande objectivo de qualquer Associação de Bombeiros Volintários.
(DO) – Afirma que as obras de ampliação do quartel têm sido uma batalha desta corporação. Quais as principais razoes dado que o edificado é relativamente recente?estas não são ainda recentes?
(JOS)- O Corpo de Bombeiros cresceu. Não é razoável que se pretenda que os bombeiros deixem a sua casa, para virem trabalhar e pernoitar em más condições. Isso obriga a melhorar o Quartel e as suas condições. Balneários, dormitórios. A sua pergunta é bastante pertinente. Porquê remodelar e ampliar se o quartel é relativamente novo.
Porque o quartel foi mal dimensionado. O parque de viaturas é escasso e estreito. Os balneários e dormitórios foram concebidos como se a Corporação não mais crescesse. O número de bombeiras representa neste momento cerca de 40% do Corpo Activo, só isto justificaria remodelação e ampliação.
(DO) – O que espera do próximo acto eleitoral? Como interpreta a existência de duas listas ?
(JOS) – Como é óbvio a minha expectativa é vencer estas eleições com a Lista A. Mas acima disso espero que seja sobretudo um ato eleitoral sereno e que seja participado. Teremos pela primeira vez em muito anos, duas listas a concorrer, sinal que a associação está viva, e significa sobretudo que o trabalho que foi feito nos últimos anos, onde fizemos crescer a corporação em dimensão financeira e meios técnicos, também tornou atrativa a associação para listas e projetos diferentes. De qualquer forma, sem entrar em considerações muito detalhadas, é justo dizer que a lista concorrente até é composta por algumas pessoas maduras, com experiência profissional e de associativismo. Têm duas pessoas com algum conhecimento de bombeiros mas, na minha opinião, diria que um pouco desfasados da actual realidade. Têm experiência em associativismo reconheço. Mas eu estaria tentado a dizer que este Associativismo é diferente daquele com que estarão mais familiarizados.
Dito isto, e respeitando todos, julgo que o próximo mandato é exigente e ter uma direção pouco identificada com os desafios que temos pela frente pode ser um equilíbrio muito complicado. Julgo que nós poderemos oferecer essa identificação que falo, e conferir uma estabilidade diferente, até porque já estamos há mais de uma década a trabalhar todos os dias neste projeto, não chegámos ontem à corporação. A credibilidade já está construída. Contudo, os associados são soberanos, e nem eu nem as pessoas que me acompanham estamos apegados a qualquer tipo de agenda de poder. No meu caso, como disse, espero vencer, mas caso contrário ficarei disponível para ajudar se me pedirem., algo que por exemplo posso dizer que gostaria de ter podido contar quando fui eleito pela primeira vez.