“Quando sabemos que vamos tocar ao Distrito de Setúbal, ficamos com a certeza de que irá ser uma grande festa.”

Os Deolinda são dos grupos musicais que mais concertos dão na nossa região. Este ano comemoram uma década de existência e 4ª feira vão estar presentes nas Festas em Honra de Nossa Srª da Boa Viagem, na Moita.

 

Ana Bacalhau – Pequena biografia dos Deolinda

Em 2005, combinámos o primeiro ensaio e, em 2006, veio o primeiro concerto no bar do Cefalópode, em Lisboa. Aos poucos, o nome da Deolinda foi ficando mais conhecido e quando lançámos o primeiro álbum, “Canção Ao Lado”,  em 2008, pisámos os palcos de auditórios, festas e festivais de Verão por todo o país. Em 2009, veio a primeira internacionalização, na Bélgica e desde então temos percorrido o mundo com a nossa música. Contamos com 4 álbuns de originais, alguns prémios nacionais e internacionais e continuamos a percorrer o país de lés a lés com a Deolinda.

 

DistritOnline – Como foi esta caminhada de uma década dos Deolinda?

Ana Bacalhau – Foi surpreendente, intensa e fez-me aprender muita coisa acerca de música e acerca da vida. Visitei muitos países, cantei para muitas pessoas, trabalhei com gente muito talentosa e não consigo conter a alegria por pensar no que já alcancei.

 

DistritOnline – Como tem corrido a divulgação e as vendas deste novo trabalho- “Outras histórias”?

Ana Bacalhau – Tem corrido muito bem, até agora temos cerca de 70 concertos marcados para este ano, o público tem recebido as novas canções de forma muito generosa e estamos felizes com a forma como o disco se tem vindo a concretizar em palco.

 

DistritOnline – Como comenta o facto dos Deolinda terem grande aceitação na Margem Sul e de uma forma geral, no Distrito de Setúbal, com concertos regulares na nossa região?

Ana Bacalhau – É para nós uma grande alegria quando sentimos que as pessoas reagem bem ao que fazemos e sempre fomos soberbamente recebidos pela Margem Sul. O seu público é caloroso, generoso e entrega-se ao concerto. Quando sabemos que aí vamos tocar, ficamos com a certeza de que irá ser uma grande festa.

 

DistritOnline – Em 2011 marca a agenda política com a música “Que parva sou eu”, em consequência disso o grupo THE MACAQUES , cria uma música em sua homenagem. Sabendo-se que tem também uma postura rebelde, pensou alguma vez seguir carreira política?

Ana Bacalhau – Não, nunca pensei seguir uma carreira política. Pelo menos, não ao nível executivo. Acredito na importância da participação cívica e que todos podemos e devemos fazer a diferença na vida comum das comunidades. No entanto, ter um cargo político nunca fez parte das minhas aspirações.

 

DistritOnline – Poucas pessoas sabem, mas Ana Bacalhau tem um projecto  individual ( no youtube   pode-se ver  com milhares de visitas, os temas “ As setes mulheres do Minho” e “The Lion Sleeps Tonight”). Pensa um dia ter uma carreira a solo?

Ana Bacalhau – O “15” foi um projecto a solo que apresentei em 2013, no qual cantava temas que foram importantes na minha vida e que me inspiraram a fazer o que faço hoje. Foi um momento de grande importância para mim, porque me permitiu redescobrir quem sou em palco sem a Deolinda.

Confesso que me deu alguma confiança para continuar a trabalhar nisto de ser artista a solo, a par e passo com a carreira dos Deolinda, claro. Num futuro próximo talvez haja novidades em relação a algo meu fora da banda.

 

DistritOnline – Como gostava que se apresentassem os Deolinda daqui a 10 anos?

Ana Bacalhau – No “Zeitgeist” da época em que se movem. A Deolinda sempre encontrou a sua relevância ao contar as histórias do seu tempo, por isso, o que mais desejo para este projecto é que continue sempre a relatar o Presente em que vive de forma desempoeirada e crítica.

DistritOnline – Na próxima 4ª feira estarão na vila da Moita, qual a mensagem para o público que vai estar presente?

Ana Bacalhau – Venham fazer uma grande festa connosco! Haverá “Outras Histórias”, sem esquecer as histórias mais antigas. Vão aquecendo as vozes para nos ajudarem a cantar e os pés, para nos ajudarem a dançar. Até lá, Moita!

 

Entrevista conduzida por  CLÁUDIO ANAIA

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