Barreiro, Moita, Seixal e Palmela partilharam conhecimentos, projetos e trabalho realizado no âmbito das redes cicláveis em cada Concelho e a nível Regional. Na sessão de abertura do Fórum “Rede Ciclável – De uma Visão Local à Regional”, que decorreu a 22 de setembro, nos Paços do Concelho, o Presidente da Câmara Municipal do Barreiro (CMB), Carlos Humberto de Carvalho, salientou a importância de inserir as questões das redes cicláveis “numa estratégia mais vasta da mobilidade e sustentabilidade ambiental”.

Tendo em conta que o Concelho do Barreiro possui os Transportes Colectivos, e que estes constituem uma “mais-valia”, Carlos Humberto de Carvalho salientou que é indispensável a “articulação entre o transporte individual, coletivo e os modos suaves”.

Rui Lopo, Vereador da CMB, responsável pelo Planeamento, Ambiente e Mobilidade, salientou, entre outros aspetos, o facto de a Câmara Municipal do Barreiro ter sido galardoada, no passado dia 17 de setembro, com o Prémio Nacional “Mobilidade em Bicicleta” 2015, na categoria “Autarquias”, da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta. “É o reconhecimento do esforço de trabalho que temos vindo a desenvolver na promoção do uso da bicicleta”.

 

Rede Ciclável do Barreiro

 

João Lopes, da CMB, explicou a “Estratégia Municipal para a Mobilidade Ciclável” (EMMC) que tem como objetivos, entre outros, a promoção da bicicleta como alternativa viável ao transporte individual (principalmente nas deslocações urbanas de curta distância), como um modo de transporte socialmente equitativo e inclusivo e modo de deslocação com maior eficiência energética e ambiental. A estratégia visa fomentar maior sustentabilidade ao sistema de mobilidade.

Falou sobre as ações e projetos integrados no âmbito da EMMC, designadamente European Cycling Challenge, os autocarros “amigos do ambiente”, a rede ciclável municipal e a intermunicipal, o serviço de aluguer de bicicletas no Posto de Turismo, entre outros.

Milton Gomes, também da Autarquia Barreirense, falou sobre a Rede Ciclável do Barreiro, as fases de caracterização e diagnóstico, elaboração da proposta da rede e posterior apresentação.

De salientar que a Rede Ciclável do Barreiro propõe 87 troços cicláveis, 62 locais de estacionamento, numa extensão global linear de 67 km.

Além do que já existe, este ano, está programada a instalação de mais oito percursos cicláveis e 7 parques de estacionamento.

Esta apresentação, para discussão e reflexão neste fórum, antecede a formalização em órgãos municipais deste documento estratégico, que se pretendeu que, nesta fase, fosse submetido à “crítica” e “análise” de outras experiências concretas que já estabelecem ou passarão a estabelecer ligação com a rede do Barreiro.

 

Moita

O programa municipal de percursos pedonais e cicláveis da Moita foi apresentado por Miguel Nuno, da Câmara Municipal da Moita. Além da retrospetiva do que tem sido efetuado neste âmbito, o técnico da Autarquia abordou, entre outros aspetos, um projeto inovador que pode ser implementado, não apenas na Moita, como noutros concelhos da Área Metropolitana de Lisboa: o Cicloabrigo metropolitano, que consiste num parque fechado para bicicletas.

 

Seixal

Ana Albuquerque, da Câmara Municipal do Seixal, apresentou a Rede Ciclável deste Concelho, abordando aspetos desde a aprovação (em 2008) à implementação (que teve início em 2009).

 

A integração da rede nos projetos municipais, como o Plano Diretor Municipal ou o Regulamento Urbanístico, é uma das medidas que têm sido tomadas.

Falou ainda dos projetos em curso na Baía do Seixal e no interface de Corroios e da Candidatura PAMUS “Qualificação da envolvente às interfaces de transportes públicos de Corroios, Amora, Fogueteiro e Seixal”.

 

Visão Regional

Por último, Rui Farinha, da Câmara Municipal de Palmela, veio apresentar o tema “Rede Ciclável. Uma visão regional”. O projeto Ciclo 7, iniciado em dezembro de 2014 pelos municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal no âmbito da candidatura da Arrábida a Património Mundial, foi o assunto abordado. Posteriormente, integraram o projeto os municípios de Almada, Seixal, Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, com o objetivo de criação de um conceito de mobilidade suave para a Península de Setúbal a enquadrar em futuras candidaturas no âmbito das verbas comunitárias que venham a estar disponíveis.

 

No Barreiro, e no quadro de verbas que já estão identificadas exclusivamente para a mobilidade, está a ser elaborada uma candidatura de cerca de 300.000€ para a melhoria da gestão do tráfego da cidade com a implementação de um “sistema inteligente de gestão”. Em paralelo a Autarquia está a elaborar uma outra candidatura de cerca de 1.900.000€ para o prolongamento da rede mobilidade suave (percursos cicláveis e pedonais), apostando-se sobretudo na relação e complemento com o que está estruturado no Concelho do Seixal.