O mandarim, de Eça de Queiroz, vai estar em cena de 7 a 23 de novembro na Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada. O espetáculo, com encenação de Teresa Gafeira, conta a história de Teodoro, um funcionário do Ministério do Reino que, com um simples toque de campainha, mata um Mandarim e herda deste uma avultada fortuna.

O mandarim, uma das obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura, é, segundo Eça de Queiroz, uma obra “fantástica e fantasista”, não deixando porém de “caracterizar fielmente a tendência mais natural, mais espontânea do espírito português”. A adaptação do texto foi levada a cabo por Pedro Proença, artista plástico também responsável pelas ilustrações que farão parte do cenário da peça, e por Teresa Gafeira.

Sobre O mandarim, escreveu o Professor António Machado Pires que “estamos perante uma obra de imaginação (sobretudo imaginação criadora, reelaboração de imagens), mas não de imaginação entendida como fantástico, nem mesmo como fantasia senão apenas no grau de “fantasia humorística” eivada de observações do real concreto quotidiano, do trivial, das misérias do barro humano, marcada (ainda) pela intenção ‘pedagógica’ do romance realista naturalista que desmascara a sociedade”.

Teresa Gafeira integrou o núcleo fundador do Grupo de Teatro de Campolide, no qual se estreou como atriz em 1972. Como encenadora, estreou-se em 1992 com o espetáculo para a infância Sopa de Pedras, a partir de textos de Clyesen, Espina e Acuña. Desde então tem desenvolvido um trabalho continuado e consistente na criação, adaptação e encenação de textos para o público infanto-juvenil, sendo de salientar os espetáculos Aventuras de Guinhol (1998), O barbeiro de Sevilha, de Rossini (2001), A flauta mágica, a partir de Mozart (2006), Verdi que te quero Verdi, a partir de Giuseppe Verdi (2011), e Os gatos, a partir de O livro dos gatos, de T. S. Eliot (2013).