A JSD Almada denunciou hoje o que diz serem “despesas excessivas e sem fundamento” por parte da Câmara Municipal de Almada. Em causa estão, em particular, os 19.800 gastos (+IVA) no ajuste directo de um almoço comemorativo do Dia Internacional da Mulher. A JSD Almada recorda ainda que este tipo de almoços pagos pela Câmara são recorrentes, e destaca que ainda no ano passado se repetiram várias despesas do mesmo género, com um dos almoços a custar 26.125 euros (+IVA).
Segundo o Presidente da JSD Almada, David Micaelo Cristóvão, “não está em causa o papel fundamental das senhoras na nossa comunidade, por vias profissionais, associativas, ou políticas, nem o seu papel inegável nas estruturas familiares do concelho”. Segundo a JSD, “o que está em causa é o gasto de dinheiros públicos num almoço de confraternização, dirigido a um público particular, e sem que a esmagadora maioria dos cidadãos a ele tenha acesso ou saiba sequer que aconteceu”.
A JSD Almada tem, por isso, dúvidas quanto à natureza de serviço público deste almoço, e o seu enquadramento legal (o Tribunal de Contas já julgou irregulares despesas semelhantes feitas em jantares de Natal pagos com dinheiros públicos) e preocupa-se “que os recursos públicos possam ser usados para fins propagandísticos, ou com vista a determinados eleitorados”.
A JSD Almada “veria com muito bons olhos qualquer iniciativa que homenageasse as senhoras, bem como acções de sensibilização junto da comunidade com vista a motivar para a não discriminação de género, mas não se pode associar a confraternizações deste tipo potenciadas por recursos públicos”.
Por fim, segundo a JSD Almada, “não podemos, neste contexto, esquecer as recorrentes compras de relógios de pulso por valores faraónicos ou os 8 mil euros + IVA gastos na compra de tablets para oferta aos filhos dos funcionários da Câmara Municipal”.