Uma investigação levada a cabo pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha, comprova que a luz solar em Santiago do Cacém tem um nível “quase perfeito” de raios ultravioleta (UV), que estimulam a produção de vitamina D pelo corpo humano, entre outras propriedades benéficas. A apresentação decorreu no dia 11 de março, no Auditório Municipal António Chainho, em Santiago do Cacém.
Os resultados preliminares já apontavam nesse sentido, mas os dados finais vêm agora comprovar a qualidade da luz solar santiaguense. O estudo foi feito por comparação a medições efetuadas, no mesmo período, em Jammertal, na Alemanha, que revelou uma maior intensidade luminosa no Município de Santiago do Cacém, fator que contribui, entre outros benefícios para reduzir a incidência de depressões associadas ao inverno.
Jarek Krajewski, Sebastian Schnieder e Guillermo Hidalgo levaram a cabo uma investigação no âmbito de um projeto para uma herdade junto à Aldeia dos Chãos (Santiago do Cacém), propriedade de Maria Loureiro, que encomendou o estudo à Universidade de Wuppertal. As conclusões apontam para a existência de mais “luz azul” em Santiago do Cacém, relacionada com a estabilização do ritmo circadiano – que regula as atividades biológicas diárias – e com uma melhor qualidade do sono. O estudo permite afirmar, com efeito, que a luz solar local tem “efeitos benéficos para a saúde”.
Os investigadores da Universidade de Wuppertal, na qual têm sido desenvolvidos outros estudos, em vários pontos do mundo, relacionados com os efeitos psicológicos e fisiológicos da luz no ser humano, constataram ainda que, em Santiago do Cacém, a luz permite uma “perceção muito ampla das cores”, uma propriedade estética que terá mais influência na qualidade de vida e no bem-estar do que na saúde. Uma configuração correta da iluminação no interior da casa, uma menor exposição a luz azul durante a noite e uma exposição mínima de 30 minutos diários à luz natural são alguns conselhos deixados pelos investigadores.
O Presidente da CMSC, Álvaro Beijinha, referiu que os resultados do estudo vieram “dar uma componente científica ao romantismo que existia em redor da luz em Santiago”, que evidencia “condições óptimas” para aliciar potenciais turistas do norte da Europa a passarem “temporadas muito grandes” no Município. Segundo os responsáveis pelo estudo, Santiago do Cacém foi escolhido com base em fontes científicas que indicavam a existência de uma “luz especial” no local. Relembre-se que “desde o tempo da antiga Miróbriga romana, com templos e termas, hoje centro arqueológico em Santiago do Cacem, a luz nesta região é mencionada como diferente. Pela altitude sobre o mar, a distância para o Atlântico, a distribuição sobre montes e vales, é suposto a luz quebrar-se aqui de forma própria”. É nesta linha que os responsáveis da universidade alemã − a mais evoluída neste domínio − justificam a pertinência da investigação e a escolha de Santiago do Cacém.