Vivemos tempos áureos no desporto nacional, pelo que é impossível não abordar este tema à luz da medicina oriental. O desporto, principalmente o desporto de alta competição, impõe ao atleta um esforço máximo e contínuo, numa tentativa de fazer sempre mais e melhor, ultrapassando os limites que o corpo é capaz de suportar mantendo-se saudável. A prática desportiva é desejável e saudável, mas neste nível pode tornar-se fator desencadeante de diversos problemas de saúde, pois leva a um desgaste energético importante, enfraquecendo o sistema imunitário e levando à fadiga muscular, perturbações psicológicas e emocionais e diversas lesões músculo-esqueléticas.

O atleta de alto rendimento procura sempre a superação, dá o máximo de si, desrespeitando os limites do seu corpo. Esta prática tem um preço elevado, pois o desgaste e o surgimento de lesões levam inevitavelmente ao abandono precoce da atividade desportiva.

É necessário reduzir os riscos associados à prática desportiva e ajudar a minorar os danos por ela causados. A Medicina Tradicional Chinesa, a par de outras disciplinas, é uma forte aliada para quem pratica qualquer atividade física e é fundamental para quem o faz ao nível da alta competição. Porquê?

Através da acupuntura e outras técnicas como a electroterapia, auriculoterapia, moxabustão, Tuina, entre outras, aumenta a energia geral, diminui a fadiga, aumenta a resistência ao esforço, logo melhora o rendimento do atleta.

Tem um forte potencial na prevenção de lesões e outras patologias associadas ao esforço, pois regula a Wei Qi e os seus mecanismos de produção e atuação. A Wei Qi é a nossa energia defensiva e corresponde ao que denominamos sistema imunitário.

Também atua de forma eficaz na recuperação de lesões, melhorando a circulação sanguínea e energética no local, aumenta a oxigenação dos tecidos. Por outro lado estimula a produção de endorfinas e esteroides que vão atuar como analgésico e anti-inflamatório naturais e assim aliviar a dor, diminuir o edema e o hematoma, relaxar os músculos e os tendões e acelerar a cicatrização dos tecidos.

De fato, já são muitos os bons exemplos de boas práticas que combinam a Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Ocidental. Os futebolistas Alexandre Pato, Leonel Messi, Ronaldinho Gaucho e o Piloto de F1 Filipe Massa, são alguns exemplos de atletas de alta competição que não dispensam as potencialidades da Medicina Chinesa.

Ana Sequeira