O Grupo ETE batizou hoje o rebocador-empurrador “Baía do Seixal”, com o qual pretende dar um impulso significativo às operações fluviais, criando valor económico no rio Tejo. A nova embarcação foi construída pela Navaltagus, uma das empresas do Grupo, e é fruto de um projeto inovador e português. A cerimónia de batismo decorreu nos estaleiros da Navaltagus no Seixal e contou com a presença da Ministra do Mar e madrinha da embarcação, Ana Paula Vitorino e do Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Eng. Joaquim Santos.
Segundo Miguel Trovão, diretor da Navaltagus “este rebocador-empurrador é o primeiro do género construído em Portugal e é uma embarcação inovadora, pelo baixo calado, comprimento reduzido e elevada potência, o que permite operações em zonas estreitas e sinuosas do rio e com fundos baixos; é o único com uma ponte elevatória e já preparado para ser equipado com propulsão utilizando gás natural (LNG – Gás Natural Liquefeito), respondendo assim ao desafio ambiental.” E acrescenta “ Este momento é também um marco importante para a construção naval no Seixal, já que não se construíam rebocadores no estuário do Tejo pelo menos desde 1990. Espero que este seja o primeiro de muitos, já que foi especialmente desenhado para vencer os constrangimentos colocados à navegação fluvial, quer no rio Tejo, quer no Douro.”
Para Luís Figueiredo, acionista e administrador do Grupo ETE, “o investimento de 2 milhões de euros nesta inovadora embarcação que ficará ao serviço da Empresa de Tráfego e Estiva, permite ao Grupo ETE reforçar a sua posição de maior operador no transporte fluvial de mercadorias em Portugal, com mais de 2 milhões de toneladas movimentadas anualmente, mas também cria condições para a aposta estratégica do país no transporte fluvial de mercadorias.”
Luis Nagy, CEO do Grupo ETE refere “para que o Grupo ETE possa manter as atividades que desenvolve e possa continuar a investir, é imprescindível que o Estado dê às empresas portuguesas que atuam nas áreas da Operação Portuária, do Transporte Fluvial de Mercadorias e do Transporte Marítimo, condições e apoios semelhantes aos existentes nos restantes países comunitários”.
Aposta no Transporte fluvial cria valor para o rio Tejo
As características únicas deste rebocador-empurrador contribuem para aumentar o valor económico do rio Tejo, ao tornarem esta via navegável de Lisboa até Valada do Tejo. Abre-se assim caminho para o emergir de mais portos fluviais no rio, o que contribuirá para o desenvolvimento do Porto de Lisboa ao mesmo tempo que permitirá viabilizar a instalação de atividades económicas suportadas no transporte fluvial de mercadorias em zonas anteriormente de difícil acesso.
Transporte fluvial é o que representa mais ganhos ambientais
As vantagens da aposta no desenvolvimento do transporte fluvial no rio Tejo – onde já existiram 14 portos fluviais, contra os atuais 4 – situam-se a diversos níveis: potencia o surgimento de microcosmos-económicos nas localidades ribeirinhas onde os mesmos são estabelecidos, ao promover o desenvolvimento do tecido empresarial e a criação de emprego; impulsiona o crescimento da atividade de construção e reparação naval; contribui para a redução da pegada ambiental do transporte de mercadorias – as emissões de CO2 e de NOx por tonelada movimentada por via fluvial poderão representar 10% e 9% das emitidas por via rodoviária, respetivamente, sendo ainda o consumo de combustível quase 8 vezes inferior – e para melhorar a circulação rodoviária, já que cada barcaça transporta uma quantidade equivalente a 70 camiões.
Novo projeto do Grupo ETE em Castanheira do Ribatejo vai movimentar contentores junto à Plataforma Logística de Lisboa Norte
O GRUPO ETE, que defende há muito o desenvolvimento estratégico do transporte fluvial no rio Tejo, já tem em curso um projeto para a construção e exploração de um novo cais fluvial em Castanheira do Ribatejo, que implica um investimento faseado de € 3 milhões de euros, dos quais €1 milhão na construção e € 2 milhões em equipamento, e cujo estudo de impacte ambiental se encontra desde Março em fase de apreciação pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente. Para o efeito, constituiu a empresa Companhia do Porto da Castanheira, que assegurará a movimentação de contentores e outras mercadorias junto à Plataforma Logística de Lisboa Norte. Este cais servirá o transporte fluvial, desenvolvendo o intermodalismo do Porto de Lisboa, pois fará a ligação entre os diversos terminais deste porto e aquela zona logística, contribuindo de forma significativa para o descongestionamento rodoviário no perímetro urbano de Lisboa, estimando-se uma redução de 250 camiões por dia, podendo atingir uma redução de 750 camiões/dia.
Grupo ETE assina protocolo para o desenvolvimento do estudo de viabilidade do Porto de Recreio da Baía do Seixal
No âmbito desta Cerimónia foi também assinado o protocolo para o desenvolvimento do estudo de viabilidade do Porto de Recreio da Baía do Seixal celebrado entre a Câmara Municipal do Seixal, o Porto de Lisboa, o Grupo ETE e a Libertas.
De referir, que a existência de um estaleiro de reparação naval, como a Navaltagus, devidamente requalificado e inserido no perímetro do que poderá vir a ser este Porto de Recreio, constitui uma oferta de valor e inovadora para esta infraestrutura que, a se revelar viável, se pretende de desenvolvimento turístico para a região do Seixal e do Porto de Lisboa.
O Rebocador ‘Baía do Seixal’ em números
Características | |
Comprimento total | 16,50 m |
Largura | 8,80 m |
Pontal | 3,65 m |
Calado | 2,38 m |
Motores principais | 2 x 720 HP (1800 rpm) |
Velocidade | 8 nós |
Tripulação | 6 |
Força de tração | 16 toneladas |
Materiais | |
Aço | 100 toneladas (2500 peças) |
Tubo | 700 metros |
Tinta | 1100 litros |
Cabo elétrico | 1000 metros |