O Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva esteve esta manhã de terça-feira na Baía do Tejo (Barreiro) para a cerimónia de abertura da semana de homenagem ao industrial Alfredo da Silva, fundador da Companhia União Fabril (CUF), organizada pela empresa Baía do Tejo.

O Ministro referiu que o país está a começar um novo ciclo de crescimento, mas que para isso precisa de mais empresários empreendedores, sendo esta uma fase em que “não se pode cometer erros ou falhar”, dando como exemplo aquele que foi um dos maiores industriais que o país conheceu no século passado, “Quero enfatizar a capacidade empreendedora de Alfredo da Silva e hoje precisamos no país de empreendedores. Portugal fechou um ciclo de resgate e está a iniciar um ciclo de crescimento, mas é importante não cair em erros e não podemos falhar” comentou.

“Temos que evitar a ideia da bola de cristal, de uma ideia que resolve os problemas, pois não é consistente, e não podemos esperar que o crescimento se faça por milagre, ficando à espera que a Europa cresça”.

O ministro relembrou ainda que “a repetição do passado não vai dar resultados”, e que “o pós-troika não é apenas o que vem depois, mas o que queremos que seja diferente”.

CUF chegou a ser o maior grupo económico da Península Ibérica e um dos cinco maiores da Europa. A data oficial do seu nascimento deu-se a 19 de Setembro de 1908, faz este ano precisamente 104 anos, a história da CUF esteve sempre intimamente ligada à do Barreiro. Alfredo da Silva terá manifestado em vida, o desejo de ser sepultado no Barreiro, desejo que a sua família concretizou, mandando construir um Mausoléu no centro do parque indústrial, para ali serem depositados os restos mortais do conhecido industrial.
O grupo que passou de fábrica de sabonetes, velas e adubos a um aglomerado que abrangeu os sectores da indústria, comércio, transportes, agricultura, banca e seguros. Nomes como o Banco Totta e Açores, seguradora Império, Lisnave, Sociedade Geral e Soponata, além da própria CUF, com os seus químicos e têxteis, o grupo detinha ou tinha participações em 150 empresas. Em 1975, o grupo CUF que empregava perto de 110 mil pessoas, e valia cinco por cento de toda a riqueza produzida em Portugal, sofre o golpe das nacionalizações e começa assim o seu declínio, restando hoje em dia muito pouco dos activos industriais daquele tempo.