Com o voto contra do PS e a abstenção do PSD a Câmara Municipal de Montijo recusou, ontem, em sessão pública, deliberar favoravelmente a que um troço do arruamento integrante da Avenida de Olivença, que abraça a Praça da Força Aérea e no cruzamento com a Avenida D. João II e a Avenida Capitão Salgueiro Maia –, numa torção de 90o, tem o seu términus na vulgarmente denominada rotunda da Infal, passasse a ostentar o antropónimo de Avenida Acácio Soeiro Dores.

A denominação proposta não retirava brilho ao arruamento que continuaria a ostentar a dignidade de Avenida de Olivença, nem diminuiria a evocação de uma localidade cujos habitantes continuam a pugnar pela portugalidade, mas permitiria dignificar um troço entre duas rotundas e uma privilegiada “porta”, ainda hoje, da entrada na cidade/vila princesa.

Mais: a denominação proposta, tal como a Toponímia pretende, perpetuaria memórias, seria um ““espaço de memória”, seria o “espelho de uma população e da história que encerra”.

O antropónimo não era, naturalmente, um fim em si mesmo – o de identificar de um arruamento – era algo mais: uma autêntica “ferramenta de trabalho, a gestão adequada de um arruamento urbano e, simultaneamente, uma fonte de informação imprescindível, da história, do património municipal, sociológico, da nossa sociedade.

Com o Antropónimo Avenida Acácio Soeiro Dores refletíamos, no espaço público, o que de mais autêntico existe em Montijo, enquanto sociedade, “valores, ideais, conceitos e identidade”.

A justa homenagem foi apenas adiada, na Avenida onde se ergue, ainda, pela firme insistência dos Montijenses – da esmagadora maioria dos Montijenses -, a MONTIAGRI, evidência de um projeto coletivo e de um Autarca que vive na memória coletiva da sua Terra.