Está solta a epidemia e pandemia,

No meio do medo e do descrédito.

É forçada a primazia da histeria,

Neste período histórico inédito.

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Muito cuidado senhores e senhoras,

Vem por aí contágio “made in China”.

As pessoas agora são incubadoras,

E esta fobia já ninguém nos amaina.

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À comunicação social agradeçam,

São os que mais propagam o vírus.

Atenção para que não faleçam

Com as notícias em rajada de tiros.

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Mais que febre, é loucura crónica.

Entenda-se o porquê do nervosismo.

À mercê desta constipação bubónica.

Digam todos adeus ao civismo.

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Compras de provisões em exagero,

Encher até cima quatro carrinhos.

Tão egoísta é o nosso desespero,

Ao se retirar comida aos vizinhos.

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Infectados cada vez mais numerosos,

A maneira de agir é ainda incerta.

Olhem para os grupos de teimosos,

Que não sabem respeitar um alerta.

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Engendrem-se planos de contingência,

Trabalhamos para contornar bactérias.

Contem com a humana imprudência,

Porque uma quarentena não são férias.

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Abaixo vêm milhões em acções,

Cancelam-se eventos de larga escala.

Sejam factos ou sejam suposições,

Com pânico a patologia se instala.

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Muda a máquina parando as roldanas,

Alterando-se também as horas de fecho.

Recorrendo a medidas algo levianas,

Como máscara, gel ou outro apetrecho.

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A ver se a doença a sociedade aguenta,

Ou se decide agir demasiado precoce.

Agora qualquer figura se afugenta,

Quando da boca saí um pouco de tosse.

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Educação e cultura em isolamentos,

Bem-vindos à dúvida como dilema.

A vida muda com ou sem lamentos,

Esta é a real fragilidade do sistema.

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Vagarosos a responder ao aviso,

Recebemos o prejuízo da enfermidade.

Contudo, será a nossa falta de juízo

Que acabará de vez com a humanidade.

Mauro Hilário