Esta visita realizou-se inserida numa vasta acção que estamos a desenvolver em torno das questões dos transportes públicos e mobilidade, um dos problemas com que a Península de Setúbal se confronta e que constitui um entrave ao seu progresso e desenvolvimento e bem-estar das populações.
As conversas e informações recolhidas nesta visita confirmam a apreciação que temos sobre a situação da empresa, o serviço público que presta e os problemas com que se confrontam os trabalhadores da empresa e os seus utentes.
Entre estes problemas estão:
- O mau estado geral da frota da empresa – situação que tem como principal causa o facto de a frota da empresa ser constituída por veículos em segunda mão que são importados. Uma opção que tem como principal responsável a multinacional “Arriva – DB” (maior accionista da empresa).
- A enorme a insatisfação dos trabalhadores com as suas condições de trabalho e de vida. Que decorre de uma política de baixos salários e constantes atropelos aos seus direitos.
- Uma oferta de transporte público que é cara e insuficiente – por ser continuamente reduzida, e devido a enormes aumentos de preços ao longo dos anos e que hoje não responde às necessidades das populações da Península e criou em muitos locais e em determinados dias e horas uma situação de completo isolamento.
Para o PCP estas situações não são fruto de nenhum acaso ou uma fatalidade, mas sim o resultado de um conjunto de opções como por exemplo aquelas que levaram a que se tivessem importado autocarros da Holanda para Portugal em segunda mão, que tinham operado noutra empresa do Grupo Arriva-DB, que não eram adequados para operar em Portugal, e que levou a que no verão de 2016 tivessem ficado imobilizados por avarias diversas cerca de 100 viaturas com enorme prejuízo para os utentes.
Como também não é fruto do acaso nem uma fatalidade, os trabalhadores não verem respondidas positivamente as suas reivindicações, nem a permanente pressão que é exercida pelas chefias para que os trabalhadores aceitem aquilo que legal e contratualmente não estão obrigados.
Como não foi também fruto de um acaso nem uma fatalidade os cortes que a empresa efectuou na oferta de transporte público aos longo dos anos e que levaram a uma enorme perda de utentes e ao isolamento a que ficaram votadas extensas áreas da Península de Setúbal a partir das 21 horas e ao fim de semana.
Para a DORS do PCP aquilo que a visita confirmou, é que se exige que a TST mude de rumo, repondo os cortes que efectuou na oferta de serviço público de transportes de modo a responder às necessidades dos utentes e populações, que se admitam os trabalhadores que a empresa necessita para o seu normal funcionamento e que responda positivamente ás aspirações dos trabalhadores aumentando os seus salários e respeitando os seus direitos.
Setúbal, 11 de Junho de 2018
O Gabinete de Imprensa da DORS do PCP