Plano de Contingência da Gripe: CAOS nos serviços – trabalhadores exaustos

 

A falta de serviços para dar resposta aos utentes do distrito, bem como o recurso à instalação de “Contentores – como é exemplo disso o Hospital Garcia de Orta” ou “Corredores fora do serviço dos Hospital onde os doentes têm de sair, atravessar a rua para serem consultados – caso do hospital de Setúbal”, estão a deixar os serviços hospitalares de urgência à beira do “caos”.

 

Por outro lado o recurso a internamento em Unidades cujas condições de prestação são reconhecidamente deficitárias,caso do Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., que tem camas “alugadas” no clube da amizade, não é admissível.

 

Para além das macas atoladas nos Serviços de Urgência e nos corredores dos serviços de internamento, ainda acresce o facto dos bombeiros terem de vir munidos sempre com duas macas, pois uma fica no Hospital.

 

Este é o resultado de políticas de centralização dos serviços de saúde prestados aos utentes e da falta de aposta em serviços de proximidade de atendimento permanente.

 

Serviços efectuados com horas extra a singelo

 

De destacar ainda que o plano de contingência tem sido concretizado com recurso a trabalho extraordinário, imposto aos profissionais de saúde a preço de saldo.

 

Pelo facto dos profissionais não poderem abandonar os doentes/postos de trabalho, sob pena de se perderem vidas, veem-se obrigados a trabalhar semanas seguidas sem Descanso, com vários dias em que fazem 12/16 horas seguidas.

 

Esta imposição é agravada pelo facto da sobrecarga de Trabalho decorrer durante todo o ano, fruto da deficiente dotação de profissionais. Os profissionais encontram-se exausto e doentes, devido à grave degradação das condições de trabalho a que foram sujeitos/as nos ultimos anos e que ainda não foram corrigidas.

 

Não é portanto surpreendente que o absentismo por exaustão/lesãos musculo esqueléticas/baixas psiquiatricas/gravidez de risco/ acidentes de serviço, entre outros, continuem elevados nas instituições de saúde.

 

Se os/as profissionais estiverem, como estão, doentes e exaustos, não conseguem cuidar de ninguém com segurança, nem qualidade.

 

É urgente e contratação de mais profissonais, a reposição das suas condições de trabalho, desde logo com as 35h semanais de trabalho para todos/as os trabalhadores/as, o que, imcomprensivelmente não se verifica no Sector Empresarial do Estado.

 

Por outro lado é urgente a adequação da capacidade de internamento, às reais necessidades das populçaões e desenvolvimento de estratégias que diminuam a necessidade crescente de internamento hospitalar.

 

Se é certo que o estado caótico do SNS foi causado por políticas de desinvestimento continuo do Governo PSD/CDS, no serviço público, é agora indispensável que o actual Governo implemente políticas que apostem na prevenção e descentralização dos serviços. Para tal é necessário deixar de priviligiar as Parcerias Público Privadas e investir num sistema público integrado, de proximidade com os utentes e populações.

 

Por outro lado a remuneração dos trabalhadores deve ser reposta para valores dignos e dignificantes, valorizando o trabalho e os trabalhadores.

 

Vimos por este meio agradecer desde a divulgação da presente notícia.

 

Sem mais de momento, subscrevemos com os nossos melhores cumprimentos.

 

A C. E. União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN