Dia 17 de novembro assinalou-se o dia nacional do não fumador. Sendo um assunto sério e grave, é necessário conhecer a substância, o impacto no organismo e refletir.

Originária do continente Americano, a planta do tabaco (Nicotiana tabacun) era considerada pelos índios uma planta medicinal sagrada. No séc. XVI foi introduzida na Europa, chegou a ser cultivado nos Jardins da Infanta D. Maria, pela Farmácia Real em Lisboa, uma vez que era utilizado para tratar dores de cabeça, fístulas, gengivites e patologias gástricas.

Mas não nos iludamos, o tabaco fumado atualmente não tem nada de medicinal. Na sua composição química, rica em Nicotina (substância psicoativa geradora de dependência), encontram-se mais de sete mil substâncias comprovadamente cancerígenas, tóxicas e mutagénicas.

No séc. XVII Fang Yzhi (filósofo chinês) alertou “muitos anos a fumar queima os pulmões”.

Nos anos 50 surgem estudos científicos que relacionam o tabaco com o cancro do pulmão e outros malefícios. Muitos estudos se seguiram mostrando haver evidência científica sobre a relação do tabaco com outros tipos de cancro (bexiga, pâncreas, colo do útero, garganta, esófago, fígado e outros), doença cardiovascular (hipertensão arterial, AVC, taquicardia, enfarte agudo do miocárdio), doença pulmonar (bronquite crónica, enfisema, DPOC), problemas reprodutivos (infertilidade, aborto e nascimento prematuro, problemas placentários) e morte precoce em crianças e adultos expostos ao fumo do tabaco. Quando um fuma, todos fumam e não existe um limiar seguro de exposição, ou seja, todo o “fumo em segunda mão” é nocivo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o consumo de tabaco constitui a principal causa evitável de doença e de morte. Um em cada dois fumadores regulares ao longo da vida, morrerá por uma doença associada ao tabaco. Quem fuma regularmente vive em média menos 10 anos que um não fumador.

Por isso, NO FUTURO, VAI DESEJAR TER PARADO HOJE!

Não é fácil parar sozinho, mas é possível parar com ajuda profissional, recorrendo a uma consulta de cessação tabágica no Serviço Nacional de Saúde e recorrendo às terapêuticas não convencionais. Parar de fumar é o melhor que pode fazer pela sua saúde.

Após 12 horas sem fumar a função pulmonar começa a melhorar, após um ano reduz para 50% o risco de doença coronária, após 5 anos o risco de AVC é igual ao de um não fumador, após 10 anos o risco de cancro é reduzido de forma considerável.

Não adie a decisão. O futuro é HOJE!

Ana Sequeira