Face às declarações inaceitáveis do Sr. Primeiro-ministro sobre a construção de um aeroporto no Montijo venho esclarecer o seguinte:
1 – É falso, totalmente falso, que haja um consenso nacional sobre a construção de um aeroporto comercial na Base Aérea do Montijo. As posições conhecidas são na sua grande maioria contrárias a essa “solução”, apontando o Campo de Tiro de Alcochete como a melhor solução, devidamente estudada e com futuro. São disso exemplo a posição da Associação de Municípios da Região de Setúbal, da maioria das autarquias da região de Setúbal, de associações de pilotos e de vários especialistas na matéria.
2 – É falso, totalmente falso, que a decisão de construir um aeroporto na Base Aérea do Montijo seja quase irreversível, até porque não foi devidamente estudada e porque o projeto não foi tornado público. Não se conhece o projeto final, os seus custos, nem os processos. Não sabemos ao certo quanto custa, quem paga e o que implica e ainda não foi devidamente analisado o impacto ambiental. Como é que sem o processo estar concluído o nosso Primeiro-Ministro faz pré-anúncios, para além de uma tremenda falta de respeito é arriscado e uma forma inaceitável de pressão.
3 – É falso, totalmente falso, que seja uma boa solução. Primeiro porque não permite expansão e depois porque é uma solução curta no tempo. Ao final de poucos anos estará esgotada e terá de se construir um outro aeroporto.
4 – Por último, lamento que o governo não tenha tido em consideração as populações que vivem em redor da Base Aérea, que irão sofrer horrores porque nem as habitações, nem as escolas, nem os hospitais, nem os centros de saúde, foram construídos para que as pessoas consigam suportar níveis de ruído estimados e que estarão mito acima do que a organização mundial de saúde estabelece como aceitável, o que originará vários problemas para a saúde das pessoas que vivem na área afectada.
Nuno Miguel Fialho Cavaco
Presidente da Junta de Freguesia da União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira