“A AML, os Estuários do Tejo e do Sado devem constituir-se como uma grande Plataforma Portuária Multimodal da Região e do País”, defendem os Presidentes das Câmaras Municipais do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, de Lisboa, Fernando Medina, e de Setúbal, Maria das Dores Meira. Esta tomada de posição foi proferida, hoje, 9 de março, em Conferência de Imprensa, nos Paços do Concelho de Lisboa.

Numa fase de debate da estratégia dos Portos de Lisboa e Setúbal com o Governo e com a Administração do Porto de Lisboa, na opinião de Fernando Medina tornou-se indispensável torná-la pública. “Estamos a apresentar um tema com importância estratégica com impactos diretos nas cidades e estas têm um papel que não se limita à sua subscrição geográfica, pois acolhem infraestruturas de base regional e nacional”.

O Presidente do Município de Lisboa salientou o facto das três autarquias partilharem uma visão integrada, em que “toda esta grande Área deve ser vista como uma e que não faz sentido cada um dos municípios tratar per si e por si, do desenvolvimento de infraestruturas que, claramente, têm impacto e transcendem a base administrativa dos municípios”.

Defende que o Porto de Lisboa “pode fazer-se a partir de duas margens e que este desenvolvimento é compatível e desejável com o Porto de Setúbal, de forma articulada. Há um conjunto de requisitos à nova possibilidade de expansão no Barreiro e em Setúbal que exigem um conjunto de investimentos para viabilizar a operacionalidade destas infraestruturas”.

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“Indispensável para o desenvolvimento”

A atividade portuária é, para Carlos Humberto de Carvalho, “importantíssima e pode alavancar a criação de riqueza, a atividade económica e o emprego, desde que essa estratégia seja articulada para os três municípios, indispensável para o desenvolvimento integrado da Região e do País”.
No que diz respeito à AML, a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, “tem vindo a afirmar um conjunto de elementos que integram a estratégia nacional portuária e que são coincidentes com aquilo que são as nossas reflecções”, referiu o Presidente do Município do Barreiro.

Território da Baía do Tejo – plataforma portuária, logística e tecnológica

Em relação à atividade portuária no Barreiro, tendo em conta os estudos que foram feitos e depois do parecer da Agência Portuguesa do Ambiente, “estamos em condições de dar um novo passo que permita transformar o Território da Baía do Tejo numa grande plataforma portuária, logística e tecnológica, em cooperação com o Porto de Lisboa e com os outros municípios”, salientou Carlos Humberto de Carvalho.

“O País tem de crescer e tem de apostar nas suas atividades económicas”, defendeu Maria das Dores Meira. No caso do Porto de Setúbal, este possibilitará “criar cada vez mais e melhores condições para apoiar as estratégias de internacionalização das empresas portuguesas, para que a nossa economia possa crescer sem dependências externas.
Acredita que é “fundamental que, em conjunto, se possa desenvolver uma estratégia coerente para o aumento da competitividade portuária que corresponda às necessidades de desenvolvimento da Região”.

Os municípios de Barreiro, Lisboa e Setúbal assumem como indispensável:
1. “A AML, os Estuários do Tejo e do Sado devem constituir-se como uma grande Plataforma Portuária Multimodal da Região e do País.
2. Promover o crescimento da atividade do porto de Lisboa na margem sul do Tejo, desde logo através da instalação de um novo terminal no Barreiro que aproveite os territórios da antiga CUF/Quimigal e o seu potencial para instalação de novas atividades industriais, logísticas, tecnológicas e de serviços.
3. Aprofundar os canais de acesso ao porto de Setúbal para permitir a navegabilidade de navios de maiores dimensões, potenciando os territórios de retaguarda, a atividade exportadora instalada e a localização de novas atividades industriais e logísticas;
4. Reordenar o sistema logístico da Área Metropolitana de Lisboa, desde logo por via da conclusão e implementação dum Plano de Navegabilidade do Tejo, enquanto fator de racionalização do transporte, tratamento e distribuição de mercadorias com efeitos na redução de custos da sua movimentação, na melhoria da qualidade dos serviços prestados e no aumento da capacidade competitiva das empresas.

Os presidentes das autarquias vão solicitar uma reunião à Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, para transmitir esta posição e o empenho “em prosseguir o diálogo e o trabalhos em curso com o Governo”.

CMB