A Lagoa de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, vai ser aberta ao mar esta quinta-feira, dia 19 de março, às 15h30, cumprindo-se uma tradição anual que permite a renovação da água e dos peixes do ecossistema.
De acordo com o município, a abertura artificial da Lagoa de Santo André visa “a renovação da água da lagoa, a limpeza e lavagem do seu fundo e a entrada de algumas espécies piscícolas, com destaque para os alvins e enguias”.
A tradição repete-se anualmente, por altura do equinócio da Primavera, desde o século XVII, na altura com a força de “braços e bestas”.
E, este ano esta ocasião especial que atrai anualmente centenas de pessoas que não querem perder um espetáculo de rara beleza vai contar com um “atrativo extra”. No âmbito do novo ciclo de eventos da Trienal no Alentejo (TnA), os artistas André Banha e Orlando Franco vão apresentar a obra “Observatório da espera, da luz e do tempo”, em pleno areal circundante da lagoa. A instalação desta estrutura em betão vai permitir aos visitantes e curiosos uma interação com a obra durante a sua permanência no local, até ao dia 7 de abril.
A autarquia revelou que a obra é composta por “duas peças que se articulam entre si, através das opções de cada visitante”. “Com materiais de origem urbana, nomeadamente lajetas de betão e manilhas de cimento – cedidos pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém – a proposta assenta numa zona de observação e espera”, explicam, adiantando que “a lagoa, os seus limites espaciais, ou as suas características geográficas e sociais, são alguns dos conceitos implícitos na instalação”.
Recorde-se que, este processo, que já foi da responsabilidade da Câmara Municipal de Santiago do Cacém e depois da Reserva Natural das Lagoas de Santo André da Sancha, está agora a cargo da Agência Portuguesa do Ambiente”.