O Presidente da autarquia de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, defendeu este sábado a aposta do município na cultura, classificando-a como algo de “elementar no desenvolvimento do ser humano” e refutando a ideia de que a cultura seja “Lisboa e pouco mais”, em declarações proferidas na inauguração da exposição do escultor João Limpinho no Museu Municipal de Santiago do Cacém, intitulada Das Florestas, das Águas e dos Ventos, que decorreu na tarde do dia 18 de outubro.
Álvaro Beijinha olha para esta mostra como “mais um exemplo daquilo que tem sido a política municipal relativamente à cultura”. O presidente da CMSC sublinha que “nestas alturas de crise, há uma tendência, muitas vezes demagoga, de cortar na cultura”.
“Nós entendemos que não, o acesso à Cultura é algo que é elementar no desenvolvimento do ser humano e nós, ainda que num quadro de muitas dificuldades, continuamos a investir claramente na Cultura”, acentuou o autarca.
A exposição de João Limpinho é identificada como exemplo dos “eventos de qualidade” procurados pela Autarquia, na impossibilidade de fazer certames muito dispendiosos, uma vez que “não há recursos para isso”.
“Há dias, estive numa conferência em que alguém dizia que a cultura em Portugal se resumia praticamente a Lisboa. Eu não concordo, se calhar em grandes eventos, onde se gasta muito dinheiro, porventura será Lisboa e pouco mais, mas nós aqui continuamos a promover o acesso à Cultura, à Arte, e isso é patente também aqui nesta exposição”, argumentou o edil.
João Limpinho recordou que “não é a primeira vez” que expõe em Santiago do Cacém. “Há quatro ou cinco anos, também tive o prazer de expor num outro espaço aqui do Museu e a experiência já tinha sido muito gratificante, tinha gostado muito de aqui estar. Agora esse prazer repete-se e espero que a nossa colaboração possa continuar noutras ocasiões”, afirmou.
O escultor inspirou-se no poema Ansiedade, de Manuel da Fonseca, para o título da exposição. “O verso que utilizei, em que se fala das águas, dos ventos, das florestas, reflete os elementos que são a motivação dos meus trabalhos, de alguma forma há uma relação primária com esses elementos, os elementos da Natureza, apesar de não ser o único ponto de partida, uma vez que as obras do Homem também são muito interessantes”. João Limpinho volta a utilizar, nesta exposição, o reaproveitamento de materiais, algo que chama de “vício antigo”.
A mostra vai estar patente até 17 de janeiro de 2015.