Armando da Silva Pais nasceu no Barreiro em 31 de Março de 1914, oriundo de famílias tradicionalistas. Foi muitos anos funcionário da Inspecção Geral das Actividades Económicas, e fez carreira na Função Pública.
Grande apaixonado pela sua terra natal, desde jovem se interessou pelo jornalismo, que sempre cultivou ao longo da vida. Publicou numerosos artigos na imprensa regional, muitos deles dedicados ao passado e ao presente do Barreiro, da sua gente, dos seus costumes, das suas instituições, das suas necessidades, dos seus anseios. Foi infatigável pesquisador do património histórico, social e humano da sua região, e sobre ela reuniu uma enorme massa documental e informativa, centrada sobre o Barreiro, a famosa vila que chegou a ser o maior polo industrial da Península Ibérica.
Esse grande acervo permitiu-lhe publicar, entre 1963 e 1971, uma vasta Monografia do Barreiro, em 4 volumes, que totalizam cerca de 2000 páginas. Esta série, desde há muitos anos esgotada, mereceu alta consideração por parte dos eruditos da época, e culminou uma permanente dedicação à terra da sua própria vida, aliás tão cedo terminada em 25 de Novembro de 1975, aos 61 anos.
Dedicou também muita da sua actividade ao serviço público, sendo Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro 1945-1955, Vice-Presidente da Câmara Municipal do Barreiro 1965–1967, Director do Jornal do Barreiro 1966–1968. Foi Presidente do Futebol Clube Barreirense, o clube da sua alma, de cujo monumental Ginásio-Sede foi um dos obreiros, e que teve a honra de inaugurar em 1955.
Mereceu-lhe grande interesse a história religiosa da nossa cidade, e estudou a fundo o culto do Rosário, sobre o qual deixou bastantes páginas. Os seus herdeiros, em sintonia com o Reitor do Santuário de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro, promovem um Concerto Memorial de Órgão de Tubos em sua evocação, no encerramento do Ano do seu Centenário de Nascimento.