Os Bancos Alimentares Contra a Fome vão realizar no próximo fim-de-semana (29 e 30 de Novembro) mais uma campanha de recolha de alimentos através da qual pretendem mobilizar toda a sociedade para ajudar quem mais precisa e com a novidade que constitui o recurso pela primeira vez a sacos de papel, por substituição dos tradicionais sacos de plástico, associando uma preocupação também ambiental na procura de minorar as carências alimentares de centenas de milhar de portugueses.

Durante o fim-de-semana, a campanha irá contar com cerca de 42 mil voluntários que vão marcar presença em 1995 estabelecimentos comerciais de todo o país. Através de um hasthag #FAZESFALTA os voluntários são convidados a partilhar nas redes sociais com os seus amigos imagens da sua participação na campanha, incentivando ao voluntariado.

“As circunstâncias em que muitos portugueses vivem hoje no que toca a carências alimentares é uma realidade crítica a que não podemos ficar indiferentes. É, aliás, em momentos como o que vivemos que a solidariedade cumpre ainda mais decisivamente o seu papel, sendo sentida de forma particular neta quadra do ano tão especial”, considera a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet.

A utilização gradual de sacos de papel, mais amigos do ambiente do que os tradicionais sacos de plástico, denota uma grande coerência de atuação, na medida em que se insere na lógica do funcionamento da atividade dos Bancos Alimentares, a qual passa por lutar contra o desperdício alimentar, levar os alimentos onde eles existem em excesso até onde manifestamente escasseiam, com a consciência de que os recursos são escassos e que é importante lutar pela sua preservação e sustentabilidade.

De 29 de Novembro a 7 de Dezembro, será também possível contribuir para a campanha através da “Ajuda Vale”, que tem como lema “uma ajuda que não pesa mas vale”. Para isso, basta pedir um vale com um código de barras específico para poder doar produtos ao Banco Alimentar nas caixas dos supermercados ou das gasolineiras (BP e CEPSA), que aderiram a esta ação de solidariedade transformando os seus colaboradores em voluntários pela causa da luta contra a fome.

O Banco Alimentar disponibiliza ainda uma plataforma electrónica para doação de alimentos pela internet, que permite a participação na campanha de pessoas que habitualmente não se deslocam ao supermercado ou que residam fora de Portugal, nomeadamente os emigrantes.

42 mil voluntários em 21 regiões do país

A campanha vai estar presente em lojas de todo o país (Lisboa, Porto, Évora, Coimbra, Aveiro, Abrantes, Setúbal, S. Miguel, Cova da Beira, Leiria-Fátima, Oeste, Algarve, Portalegre, Braga, Santarém, Viseu, Viana do Castelo, Terceira, Beja, Madeira e Castelo Branco). 40 mil voluntários devidamente identificados estarão à porta dos estabelecimentos comerciais, convidando os portugueses a associarem-se a uma causa que já conhecem, doando alimentos para quem mais precisa. A novidade desta campanha prende-se com a opção de escolha entre sacos de plástico ou de papel, porque um mundo melhor passa também por um mundo mais sustentável e amigo do ambiente.

Mais solidariedade num contexto de dificuldade

Famílias, desempregados, crianças e idosos são os grupos mais afectados pela crise económica, aumentando significativamente os pedidos de apoio que chegam aos Bancos Alimentares Contra a Fome e a necessidade de alargar a sua capacidade de resposta às instituições sociais que apoiam.

A campanha realiza-se numa altura em que os Bancos Alimentares têm mais pedidos de ajuda e menos produtos não perecíveis para entregar. De acordo com Isabel Jonet, “tem ocorrido um crescimento do número de pedidos diretos, mas também dos pedidos das instituições, o que, associado a menos doações da indústria agro-alimentar, requer um reforço do papel das campanhas para que os Bancos Alimentares possam manter a efetividade da sua resposta tradicional”.

De acordo com os dados da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, estão a ser foram apoiadas 2.400 instituições de solidariedade que entregaram os produtos alimentares a mais de 425 mil pessoas, sob a forma de cabazes de alimentos ou refeições confeccionadas, num total entregue em 2013 de 23.811 toneladas de alimentos (com o valor estimado de 33.935 milhões de euros), numa média diária de 95 toneladas por dia útil.

Recolha local para uma campanha nacional

Durante os dias 29 e 30 de Novembro, a campanha decorre nos moldes habituais: voluntários, devidamente identificados convidam as pessoas que vão às compras à entrada dos estabelecimentos comerciais e ajudam no transporte e na arrumação dos alimentos nos armazéns dos 21 Bancos Alimentares em atividade.

Participar na campanha é simples, basta aceitar um saco do Banco Alimentar para colocar bens alimentares – de preferência produtos não perecíveis (leite, conservas, azeite, açúcar, farinha, massas, etc.) – que possam ser atribuídos a quem mais precisa.

No final, o resultado os alimentos são distribuídos a pessoas com carências alimentares, por intermédio de 2.400 instituições de Solidariedade Social, previamente seleccionadas e acompanhadas ao longo do ano. Este é um modelo de intervenção que permite uma maior proximidade entre quem dá e quem recebe e um trabalho em rede e de inclusão social.