António Patacas, conhecido artista barreirense, morreu esta terça-feira, aos 93 anos.
O Distritonline sabe que o corpo de António Patacas estará em câmara ardente na Capela de Santa Maria, e que o funeral será amanhã, no Cemitério da Vila Chã, no Barreiro.
António Patacas nasceu a 13 de outubro de 1921, numa casa no Beco de S. Francisco, no Barreiro antigo. Cresceu no seio de uma família numerosa de 21 irmãos. Começou a ler sem nunca ter frequentado a escola oficial. Iniciou o trabalho com 8 ou 9 anos de idade, numa fábrica de cortiça junto ao antigo Asilo D. Pedro V. Mais tarde, passou pela fábrica do Herold, na Recosta e pela Cordoaria do Nicola e em 1932, entrou para a Companhia União Fabril, com 11 anos de idade, para a fábrica de adubos. Com 13 anos, foi para as obras como servente, já como efetivo da CUF.
Posteriormente foi transferido para o “Armazém do Valente” e mais tarde para o escritório técnico do Barreiro. O exame da 4.ª classe foi feito durante o serviço militar. Casou com 20 anos. E, após 40 anos ao serviço da CUF reformou-se.
O interesse pela fotografia começou muito cedo e a qualidade do seu trabalho despertou o interesse de Augusto Cabrita. O conhecido fotógrafo contratou-o para o seu escritório e António Patacas começou a fazer reportagens fotográficas de casamentos e batizados. Produziu milhares de fotografias, entre as quais uma coleção composta por 170 fotografias doadas por Patacas à Câmara Municipal do Barreiro, em 2003.
Em 1974, foi nomeado Regedor do Barreiro. E, ainda nesse ano, foi nomeado responsável pelos Serviços de Mercados e Jardins Municipais e passou a integrar o Conselho Municipal. Durante algum tempo, foi fotógrafo oficial da Câmara Municipal.
Sempre demonstrou interesse por várias formas de arte, entre as quais a pintura e o artesanato. A sua obra pictórica é marcada pelo preto e o branco. Foi dessa forma que recordou e homenageou com o seu dom o Barreiro da sua infância.