O presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), João Carvalho, em visita ao Barreiro, assumiu que a cidade tem “condições excecionais” para receber o novo terminal de contentores. O novo investimento no estuário do Tejo será “extremamente importante, em termos de crescimento económico, não só para a região, como também para o próprio país”.
Para João Carvalho, os portos portugueses ganharão uma maior importância com a celebração do acordo entre a União Europeia, os Estados Unidos da América e o Canadá, uma vez que estas três áreas de grande comércio representam “uma área de consumo enorme, constituída por 900 milhões de pessoas”. “Não tenho dúvidas que, quando o acordo estiver ultimado, os portos portugueses e espanhóis serão extramente importantes, sobretudo porque as trocas comerciais fazem-se, essencialmente, por via marítima, por isso ou temos portos bem apetrechados do ponto de vista logístico e das acessibilidades ou somos completamente ultrapassados pelos outros estados membros”, explicou.
Relativamente às diversas vozes que assumiram publicamente que a capacidade instalada e não aproveitada em Setúbal serve para as necessidades do país, o presidente do IMT salientou que “o terminal de contentores no Barreiro é compatível com o porto de Setúbal”, reiterando que “se tivermos mais locais no país com infraestruturas portuárias melhor para Portugal”.
“O novo terminal de Leixões e o Terminal de Contentores no Barreiro são prioritários para a economia nacional, o poder político apenas está a dar apoio a uma matéria que os agentes económicos demonstraram – pelo interesse que revelaram em investir neste projeto – que é importante”, acentuou o responsável máximo do IMT.
Sobre os prazos, João Carvalho, revelou que até ao final do ano deve estar concluída a análise ambiental e que no primeiro trimestre do próximo ano deverá ser conhecida a decisão política. O concurso deverá estar concluído em 2015, de 2016 a 2018 será realizada a primeira fase do projeto e a construção do terminal deverá estar ultimada em 2021.
O presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto, adiantou que “vai entrar em consulta pública nos próximos dias a Proposta de Definição de Âmbito do Estudo de Impacto Ambiental (PDA)”, um instrumento de carácter ambiental que antecede o estudo de impacto ambiental e que determina os aspetos que o estudo deve, predominantemente, focar. Segundo o autarca, “o PDA revela que os passivos ambientais – utilizados como argumento para inviabilizar a opção Barreiro – não são relevantes”.
Até a decisão ser conhecida, o edil considera que é preciso gerir as expetativas com prudência, sobretudo depois do caso da ponte Barreiro-Chelas, que depois de anunciada pelo anterior governo socialista, acabou por não avançar.
“É preciso termos muito cuidado com a gestão das expetativas neste processo do terminal, uma coisa é trabalharmos por uma infraestrutura que consideramos importante para o desenvolvimento do concelho e fundamental para o desenvolvimento da Área Metropolitana de Lisboa e do país, outra é a decisão, e não somos nós que decidimos”, frisou.
Questionado sobre se teme que com uma eventual mudança de governo, provoque alterações à atual perspetiva de localização, Carlos Humberto admitiu que a autarquia está convencida que “a perspetiva da construção do terminal de contentores no Barreiro vai manter-se independentemente do partido que assumir o Governo” nas próximas legislativas.
TCB deverão receber, até ao final do ano, 537 mil euros de indemnização compensatória
Rui Lopo, vereador da autarquia do Barreiro e vogal do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Transportes Coletivos do Barreiro, referiu que “já há uma decisão final do Conselho de Ministros”, sendo que o Estado deverá pagar, até ao final do ano, “uma verba de 537 mil euros referente a 2012 e 2013 que será, eventualmente, complementada com uma verba referente a 2014”.
Em relação aos Transportes Coletivos do Barreiro, Carlos Humberto sublinhou que o Barreiro é “o único concelho do país em que as deslocações em transportes coletivos são mais do que as deslocações em transportes individuais”, reiterando que os TCB são, atualmente, “autossustentáveis, ou seja, do ponto de vista financeiro, há um equilíbrio entre a receita e as despesas”.
O autarca revelou ainda que o município vai adquirir “ oito viaturas à Carris e mais uma viatura para peças”.