Na última semana o país teve maior conhecimento da situação de rotura dramática que se vive na prestação de cuidados da saúde, com tempos de espera de 18 horas em algumas unidades, falta de recursos humanos e de planeamento que leva a que ambulâncias e bombeiros fiquem retidos durante horas nas urgências por falta de camas para internamento e, tragicamente,
já levou à morte de duas pessoas que aguardaram horas nas urgências à espera de serem assistidas.
Num só ano o país perdeu mais de 400 camas e 1400 médicos de família aposentaram-se nos últimos 5 anos. O distrito de Setúbal é um dos distritos com mais utentes sem acesso a médico de família. Como consequência, as urgências hospitalares demonstram as deficiências dos cuidados de serviços primários: os Centros de Saúde e as Unidades de Saúde Familiar com
urgências reduziram drasticamente o seu horário e têm dias de atendimento limitados. O Hospital Garcia de Orta está sobrelotado e não consegue dar resposta a todas as necessidades.
Sobre as razões deste caos, o Bloco de Esquerda partilha do diagnóstico arrasador do Bastonário da Ordem dos Médicos, que considera que o caos que se vive é “consequência inevitável das medidas tomadas por este governo por razões economicistas, porque a saúde está a ser gerida como uma repartição de finanças.
Um dos maiores exemplos da irresponsabilidade perante a saúde da população do distrito é falta de cumprimento de promessas que sucessivos governos foram fazendo sobre *a construção do hospital no concelho do Seixal*, fundamental para, integrado na rede hospitalar na margem sul, aliviar o Garcia de Orta e proporcionar às populações do Seixal e de Sesimbra os cuidados de saúde a que têm pleno direito.
O Bloco defende simultaneamente uma aposta primordial nos cuidados de saúde primários. *Não desistiremos de lutar pela construção das unidades de saúde em Feijó, Corroios, Foros de Amora, Pinhal Novo, Baixa da Banheira, Alto Seixalinho e Aldeia de Paio Pires, assim como a reabertura dos centros de saúde que foram fechados, com destaque para o da Trafaria. *Para além
destas respostas, impõe-se o alargamento dos horários de funcionamento dos actuais,a abertura de mais Serviços de Atendimento Complementar e a contratação de médicos de família.
Como sempre os cidadãos e as cidadãs do distrito de Setúbal poderão contar com o empenho do Bloco de Esquerda para preservar e alargar a rede de cuidados de saúde, porque na defesa do Serviço Nacional de Saúde estaremos
a lutar pela vida e pelos direitos da população deste distrito.
A Coordenadora Distrital de Setúbal do Bloco de Esquerda