Cidadania, participação e convívio fazem novamente parte do quotidiano da antiga Escola Primária da Aldeia Grande, em Setúbal, instalações que foram cedidas pela Câmara Municipal a moradores locais e a um agrupamento de escuteiros para um novo uso partilhado.
O ambiente de festa marcou, sábado à tarde, a assinatura do protocolo de cedência do antigo estabelecimento de ensino, que está agora ao serviço da Associação de Moradores da Aldeia Grande e do Agrupamento 484 – Nossa Senhora da Anunciada, do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português.
“Graças a esta conjugação de esforços das instituições e dos moradores, a Aldeia Grande pode contar agora com um espaço no qual se desenvolverá, com melhor qualidade, a cidadania, a participação e o convívio”, exaltou a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira.
As instalações são cedidas a título de empréstimo, gratuito, pelo prazo de seis anos, podendo ser prorrogado por períodos sucessivos de igual duração, com a associação de moradores a ficar com o edifício principal da escola primária para o desenvolvimento da sua atividade, em que se inclui um centro comunitário.
Já ao Agrupamento 484 – Nossa Senhora da Anunciada, do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português, é cedido o monobloco climatizado que foi instalado naquele espaço pela Câmara Municipal de Setúbal, enquanto as instalações sanitárias, o alpendre e o logradouro são de uso partilhado.
“O novo uso da velha escola honra o passado. Creio que todos os que por aqui passaram se podem sentir orgulhosos de ter agora, no velho pátio de brincadeiras, um pátio de cidadania, de cooperação e de criação de brincadeiras”, salientou Maria das Dores Meira.
Mais do que assinaturas num papel, a autarca destacou que a verdadeira essência do acordo tripartido firmado no sábado assenta no “compromisso entre pessoas e instituições em prol de quotidiano mais qualificado para todos”, não só moradores, mas também aqueles que visitam a Aldeia Grande.
Um desfecho repleto de cidadania que juntou a Câmara Municipal de Setúbal, que cedeu as instalações, e a União das Freguesias de Setúbal, que realizou um conjunto de beneficiações naquele espaço. “Um trabalho de equipa que nos esforçamos diariamente por estimular”, reforçou Maria das Dores Meira.
O sentimento de dever cumprido foi partilhado pelo presidente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas. “Fizemos história. Devolvemos um espaço com melhores condições à população, depois de realizadas as intervenções possíveis e fundamentais para o funcionamento.”
Para a provedora da Associação de Moradores da Aldeia Grande, Maria de Fátima Ferreira, o usufruto da antiga escola primária constituiu “a realização de um sonho de alguns anos”, só possível de concretizar graças “às muitas ajudas da autarquia e da junta de freguesia”.
Já o presidente da Associação de Moradores da Aldeia Grande, Carlos Portela, agradeceu a oportunidade concedida. “Somos uma comunidade que preserva a ideia de vizinhança e, por isso, este espaço vai estar ao uso da população e de todos os que nos queiram visitar.”
A chefe regional do Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português, Ana Maria Chagas, sublinhou que a concretização deste protocolo é “a prova de que a missão o Corpo Nacional de Escutas está a ser cumprida” e um sinal de que a entidade “tem um papel ativo na comunidade”.
A tarde de festa incluiu também a apresentação e a interpretação da Marcha da Aldeia Grande, com letra de Carlos Portela e música de Jorge Calheiros, momento simbólico que atestou a união de moradores, que, juntamente com os convidados da cerimónia, entoaram o tema em uníssono.
Além da marcha, o programa festivo contou com a declamação do poema “Pelo Sonho é que Vamos”, de Sebastião da Gama, pela jovem Rita Alves, e uma atuação da Tuna Solidó da Universidade Sénior do Centro Social Paroquial Padre Ricardo Gameiro, da Cova da Piedade, Almada.