Estamos atualmente, a viver um tempo único. 46 anos depois do 25 de abril. Os portugueses não podem ir passear à rua, ir a um cinema ou a uma praia, visitar familiares próximos, ir à missa ou mesmo organizar um funeral decente para se despedirem dos seus entes queridos desaparecidos. Estamos, justificadamente, em estado de emergência. 

Vivemos um tempo em que compete, acima de tudo, dar o exemplo e estar solidário com todos os que trabalham, com todos os que responsavelmente se sacrificam, para defender a saúde e, assim, poder devolver-nos a liberdade plena com a maior brevidade possível. 

O PSD Barreiro considera, deste modo, absurdo que as instituições do Estado insistam em festejos presenciais, havendo, simultaneamente, cidadãos a ser detidos por não respeitarem as regras do confinamento. Considera, ainda, chocante que os deputados e autarcas fechem os olhos à dor que alastra na sociedade, com um português a morrer de Covid-19 a cada hora que passa, e teimem em celebrar tradicionalmente em flagrante violação das regras de confinamento que eles próprios aprovaram. 

O PSD e os seus autarcas eleitos no Barreiro julgam que não é aceitável fazer passar atestados de lesa-democracia a quem, precisamente no exercício da liberdade de discordar, contesta as inadequadas e descabidas cerimónias presenciais celebrativas do 25 de abril e 1 de maio, potenciando contacto social e vias de contaminação, que alguns teimam em levar avante num momento de luto nacional.

A situação que atravessamos é talvez a mais difícil na história da democracia em Portugal. Não é, por isso, a altura para a realização de eventos festivos, os quais devem ser deixados para o momento em que a situação seja ultrapassada, como todos esperamos que rapidamente aconteça. É, sim, tempo de responsabilidade e solidariedade. Que, por ocasião do 25 de abril, poderiam – e deveriam, talvez – ser assinaladas consensualmente e de modo inovador, sem colocar ninguém em risco, sem desrespeitar e sem dar maus exemplos. 

Não está em causa a continuidade do funcionamento das instituições, está em causa a realização de um evento festivo numa altura em que nenhuma comemoração presencial deste tipo é adequada (ou, em regra, permitida), seja qual for o evento a celebrar. Aguardemos, pois, pelos resultados do esforço responsável e solidário da comunidade para, mais adiante, somarmos ao 25 de abril essa nova e renovada libertação e então, aí sim, celebrarmos todos a Vida e a Liberdade. 

A Comissão Política de Secção do PSD Barreiro