Como parte da nova estratégia da DGS para conter a pandemia, foram divulgados os concelhos de risco, uma lista atualizada quinzenalmente, onde constam os municípios com risco acrescido. Como tal, estão sujeitos a regras específicas, numa tentativa de tentar diminuir o avanço da Covid-19.

Seria expectável, que uma diminuição das liberdades individuais fosse acompanhada com a divulgação dos critérios e a retoma da divulgação dos dados locais. Já para não mencionar a adoção de estratégias de comunicação específicas e meios diferenciados para conter os locais mais problemáticos.

Acontece que os últimos dados locais divulgados já datam de dia 26 outubro, o que torna qualquer escrutínio democrático impossível de ser realizado. Uma medida com esta magnitude tinha que ser acompanhada de dados e critérios objectivos e fáceis de explicar. O que observamos, é precisamente o oposto. Os dados locais não estão a ser divulgados, nem a estratégia de comunicação ganha especificidade local e cultural.

A ocasião onde a lista de concelhos é atualizada também deveria ocorrer em ato contínuo. Pelo contrário, a primeira atualização ocorreu em dois tempos, com um fim-de-semana pelo meio – curioso que nem no meio da maior pandemia da nossa geração, conseguimos achatar a curva do efeito fim-de-semana – o que causa dúvidas e problemas na mensagem.

A comunicação tem sido um dos pontos fracos da gestão pandémica. Um concelho de risco acrescido deveria ser alvo de um investimento acrescido para conter a pandemia. Ter igualmente uma estratégia de comunicação desenhada e aplicada localmente, com o apoio e intervenção das autarquias e proteções civis locais. Nada disto tem ocorrido, por culpa tanto das autoridades centrais como locais, pouco se tem investido na vertente comunicacional e tentar corrigir os comportamentos de risco.

A segunda vaga ainda está longe de terminar, precisamos do apoio de todos para conseguirmos conter o vírus. Evitem contatos sociais, façam uma lavagem frequente das mãos, usem corretamente as máscaras e não frequentem espaços fechados e sem ventilação. É uma longa maratona, estaremos ainda sensivelmente a chegar a metade.

Mário André Macedo – Enfermeiro Graduado