O mundo está a atravessar um dos piores anos da sua história moderna, onde impera a incerteza a angústia e a impotência perante um adversário cruel e invisível.

De forma igualmente avassaladora economias e empregos foram destruídos abruptamente deixando um rasto de dificuldades e adversidades. 

Os hospitais, que em alguns casos já tinham dificuldades na sua capacidade de resposta pré pandemia, viram os seus esforços totalmente absorvidos com esta pandemia deixando cada vez menos margem para o tratamento de outras patologias. Cirurgias e consultas foram adiadas em nome do combate a um vírus que já existe nas nossas vidas há tempo suficiente para nos ter feito pensar atempadamente em formas eficazes de combate neste inverno que está aí à porta.

Todos sabíamos que este dia iria chegar e que, com o fim do verão e o início do ano lectivo, os casos tenderiam a subir e a pressão nos hospitais aumentar. 

Urge portanto questionar o que foi feito para precaver esta situação?

Foram reforçados os serviços de urgência e hospitalares com recursos humanos suficientes, sejam eles médicos, enfermeiros ou quaisquer outros? Foram acauteladas possíveis parcerias com hospitais privados ou outras entidades prestadoras de cuidados de saúde que possam aliviar a pressão sobre o SNS? Foram reforçados os meios de rastreamento de contactos para que sejam eficazes com o aumento de casos que se verificarão nos próximos dias e semanas?

É importante repensarmos a forma como estamos a lidar com esta pandemia e estabelecermos uma estratégia eficaz na consciencialização da população de forma a que esta pandemia não atinja proporções dramáticas em Portugal a vários níveis, pois não basta só proibir nem só confinar.

Sara Machado Gomes

Presidente da Concelhia de Almada e Vogal da Direcção Nacional do CDS-Partido Popular