Até 30 de abril, a Galeria Municipal do Montijo oferece-lhe a exposição “Duas visões do Montijo: o contributo da iconografia para o conhecimento da evolução do centro histórico da cidade”.

A mostra dá a conhecer dois documentos iconográficos fundamentais que retratam dois momentos da formação da urbe montijense: a aguarela do pintor e arquiteto florentino Pier Maria Baldi de 1669 e a planta topográfica da sede do município, à escala de 1:1000, de 1938.

A apresentação destes documentos originais é complementada com fotos e outras ilustrações que contribuem para a compreensão da evolução urbana da localidade de Aldeia Galega até à atual cidade do Montijo.

Os registos iconográficos contêm informações substanciais para a história. Com gravuras, fotografias captadas do mesmo ponto de vista e cartografias de vários períodos é possível “viajar no tempo” e estabelecer padrões evolução urbana da cidade do Montijo.

Nesta exposição, o primeiro contributo iconográfico é dado pela aguarela de Pier Maria Baldi, quando acompanhou Cósimo de Medici, príncipe herdeiro do Grão Ducado da Toscana, nas suas viagens por Portugal e outros reinos europeus. Durante esta viagem, o pintor registou em 34 pranchas vistas gerais de cidades, vilas e estalagens, sendo este conjunto iconográfico da paisagem urbana e rural do século XVII em Portugal considerado de “excelência pelo detalhismo arguto das vistas” (Vitor Serrão, 2014).

Entre estas 34 pranchas está uma referente ao Montijo que revela informação preciosa sobre as características físicas e sociais da antiga póvoa ribeirinha de Aldea Gallega, na segunda metade do século XVII, revelando um instante da evolução do atual centro histórico do Montijo.

O outro contributo iconográfico é a planta topográfica da sede do município, à escala de 1:1000, de 1938. A elaboração desta planta surgiu com a publicação do Decreto-Lei n.º 24802, de 21 de Dezembro de 1934 que atribuiu às câmaras municipais a obrigatoriedade de elaboração dos Planos Gerais de Urbanização das sedes dos concelhos e dos aglomerados urbanos com mais de 2500 habitantes.

Para a realização dos planos, o mesmo Decreto-Lei estabelecia a obrigatoriedade das câmaras elaborarem plantas topográficas, em escalas apropriadas, das zonas de maior interesse público.

A planta topográfica da sede do Município, à escala de 1:1000, de 1938, foi e permanece um documento valioso que serviu de base à realização, no concelho, de dois Planos de Urbanização. Utilizado tanto na revisão do Plano Diretor Municipal como na Reabilitação Urbana enquanto documento de análise urbanística, representa um outro instante da consolidação urbana da cidade do Montijo.

A exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.